Nasci em Erechim, no Rio Grande do Sul, e vim para Santa Catarina há 52 anos. Há 47 me instalei onde hoje é o município de Tigrinhos, para montar o primeiro cartório da cidade. Na época, tinham umas 150 casas aqui; hoje passam de 400. No início, 90% do movimento do município era agricultura, só mais tarde vieram os aviários. Como tinha pouca gente e o pessoal era muito pobre, o cartório não dava muito dinheiro. Eu e minha esposa Rita complementávamos a renda criando uns porquinhos e vacas de leite.

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Tinha muita gente aqui sem registro. Traziam quatro ou cinco por vez para registrar. Tinha gente de idade que não era registrado. Muitos a gente fazia gratuitamente. Registrei boa parte dos nascimentos, casamentos e óbitos de Tigrinhos.

Fui o primeiro prefeito da cidade, entre 1997 e 2000. Naquela época, a receita era pouca e não conseguíamos muita coisa em Brasília. Compramos a primeira caneta, alugamos o primeiro prédio e colocamos água potável em 70% das casas. A emancipação foi muito boa para Tigrinhos. Hoje é um lugar muito bom. Tem saúde e educação, e não existe ladrão.

Não temos indústria mas muita gente mora aqui e vai trabalhar em Maravilha, de lotação. Há cinco ou seis anos chegou o asfalto que facilitou o deslocamento.

Criei meus quatro filhos aqui e um deles assumiu o cartório. Gostamos de Tigrinhos. Só não está melhor porque a saúde vai minguando. Mas a cidade aqui é muito boa de morar.

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* Hoje com 76 anos, Baczinski registrou em cartório boa parte dos nativos de Tigrinhos