O Brasil enfrenta ondas de calor intensas, com temperaturas recordes atingindo São Paulo e Rio de Janeiro. Neste cenário global de aquecimento, uma solução ancestral da China emerge como alternativa sustentável ao ar-condicionado.
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Casas antigas chinesas utilizam pátios internos para manter o frescor natural, inspirando arquitetos modernos. Essa técnica, “tian jing”, oferece ventilação eficaz e reduz o uso de energia em meio ao calor recorde.
Enquanto o mundo busca modos de enfrentar as altas temperaturas sem impactar o meio ambiente, essa “sabedoria verde” do passado se torna cada vez mais relevante para o futuro da construção civil e urbana.
Como funciona o “poço para o céu”?
O pátio interno atua como uma chaminé. O ar fresco entra pela abertura superior e desce, enquanto o ar quente do interior da casa sobe e é expulso. Assim, uma corrente de ventilação constante e natural se estabelece.
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Os cômodos ao redor dos pátios bloqueiam a luz solar direta, mantendo a parte inferior mais fresca. Essa configuração proporciona sombra e conforto térmico durante os dias mais quentes, garantindo bem-estar aos moradores.
Ru Ling, que viveu em uma casa com pátio, relatou: “A sensação de frescor natural da minha casa no verão era difícil de encontrar no mundo moderno”. Ela também notou uma “vibração zen e tranquilizadora à casa”.
O poder da água no resfriamento
A presença de água nos pátios intensifica o efeito de resfriamento. Ao evaporar, a água absorve o calor do ar, processo conhecido como resfriamento evaporativo, muito eficaz em regiões de clima mais quente.
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Famílias de Huizhou coletavam água da chuva em cubas de pedra ou canais. Além de uma crença de prosperidade, o líquido era usado no dia a dia e para combater incêndios, contribuindo significativamente para o frescor do ambiente.
Estudos demonstraram que a temperatura dentro desses pátios pode ser até 4,3 °C menor que a externa. O resfriamento evaporativo é um fator chave para esse conforto térmico, beneficiando diretamente os habitantes.
Da tradição à inovação sustentável
Embora apartamentos modernos com ar-condicionado dominem hoje na China, há um crescente interesse em resgatar a arquitetura tradicional. O governo apoia inovações de baixo carbono na construção civil.
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Arquitetos adaptam os princípios dos pátios internos em projetos contemporâneos. Um centro de pesquisa em Jinan usa um imenso “poço para o céu” para ventilação e iluminação, diminuindo assim o consumo de energia.
A Torre da TBA, em Dongguan, por exemplo, utiliza tubos de ventilação inspirados nos pátios. Ela leva ar natural a seus 68 andares para manter temperaturas agradáveis na primavera e no outono, sem ar-condicionado.
Edward Gawne, que restaurou uma casa com pátio, observa: “Todos notam, quando entram na casa, como é naturalmente fresco”. A sustentabilidade e a “sabedoria verde” guiam o futuro da arquitetura mundial.
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