E pensar que os técnicos de futebol preocupam-se com a tática somente dentro dos gramados. Santa ingenuidade, diria o afetado Robin para seu morcegão preferido. Bato-papo com um presidente de clube daqui, outro dali, e mais um acolá e escuto o outro lado da moeda. Para alguns dirigentes, o choro do técnico na busca por reforços nada mais é que uma desculpa destes para justificar um futuro fracasso. Na realidade, sabemos, a coisa não é tão simples assim. Mas que tem treinador especialista em chorar e reclamar de tudo e de todos, isso tem. O Felipão, talvez, seja o rei. Aqui em SC, Abel, do JEC, e Cavalo, do Avaí, são os campeões. Agora, aqui em SC, a majestade no assunto encrenca era o Lauro Búrigo. Competia lado a lado com ele nosso simpático Balduíno, que de vez enquando ainda faz das suas por aí. Os chorões se defendem A meu pedido, companheiros de reportagem do DC saíram por aí perguntando aos técnicos catarinenses o que eles achavam desta teoria. Fico com a resposta do Gonzaga Milioli, ao Marcelo Becker, em Criciúma, que com sua sinceridade, deu um banho. “Eu não indico mais nomes, só peço posições, assim não podem me cobrar mais nada. Além do que não pedi reforços e ganhei seis, portanto estou no lucro.” Então, tá. Quem não chora, não mama A bem da verdade, vale ressaltar que os dirigentes vivem reclamando da falta de recursos e, quando nada mais resta, sobra para a imprensa. Portanto, é inerente à psique reclamar de algo para se safar quando algo não vai bem. Em linguagem bem grotesca, vale tudo para tirar o seu da reta. Por que esperar algo diferente dos técnicos, ou dos atletas, até mesmo dos torcedores? Por esta razão, tem valor a declaração de Milioli: assume sua parte. Cresceu no meu conceito. Tigre mostra garras na Copa SP O Criciúma estreou empatando em 1 a 1 na Copa São Paulo de Futebol Júnior, ontem à tarde, em Taubaté. Mas, diante do adversário, o resultado pode ser considerado uma vitória. Afinal de contas, o Corinthians foi o campeão de 99 do torneio. O Tigre largou bem na disputa pela única vaga de seu grupo. Já o Figueirense viu seu sonho ficar mais distante após a derrota, por 2 a 0, para o Ituano. Avaí na vanguarda O Avaí está tomando uma iniciativa que pode ser inédita no país. O clube atrelou o departamento de juniores ao de profissionais, já que os garotos dessa categoria estão muito próximos de entrar de cabeça na carreira. Paulo Roberto, ex-técnico, virou olheiro, e Cavalinho, auxiliar e irmão de Cavalo, virou treinador. Assim a integração ficará mais dinâmica. Proposta do clube O departamento de juvenis continua a cargo de Evandro Guimarães. Assim, o Avaí se propõe a revelar talentos para o clube e não para, simplesmente, ganhar títulos de juniores. Segundo a tese vigente no clube, é preciso formar atletas capazes de vingar no time principal, o que nem sempre é alcançado quando se faz um trabalho visando somente o caráter competitivo. Não é por nada que o azurra revela talentos.

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