A revolução na cidade dormitório

MIRIAN GASPARIN

Comentarista da BandNews e professora universitária

São José dos Pinhais, que já chegou a ser confundida como um bairro de Curitiba, experimentou crescimentos recordes após a chegada das montadoras Renault e Volkswagen, no final da década de 1990. A cidade teve sua população elevada em 56% nos últimos 10 anos.

A produção de veículos trouxe riquezas para o município. O PIB a preços correntes (não descontando a inflação) cresceu 326% de 1999 a 2009, somando R$ 11,5 bilhões. A participação de São José dos Pinhais no PIB do Paraná passou de 4,28% para 6% no período antes e pós montadoras e detém o título de terceiro polo automotivo do Brasil.

O número de pessoas atraídas para a cidade em busca de oportunidades de emprego e de negócios é tão grande que hoje há mais migrantes no município do que pessoas que nasceram no local. Somente uma empresa da área da construção civil está construindo, este ano, 12 edifícios, cada um com 150 e 200 unidades habitacionais para atender a forte demanda.

De acordo com informações do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), no ano 2000, ou seja, dois anos após a inauguração da fábrica da Renault e um ano após a instalação da Volkswagen, existiam 2.863 estabelecimentos comerciais e industriais no município. Em 10 anos, este número cresceu 96%, passando para 5.624.

Na questão de empregos, só as montadoras Renault, Volkswagen e Nissan, que funciona junto ao complexo Ayrton Senna, da Renault, empregam 9,6 mil trabalhadores. Outros 6 mil postos de trabalho pertencem às fornecedoras das montadoras.

A industrialização do município começou com a Britânia e o Boticário, mas explodiu com a vinda das montadoras e fornecedoras de veículos. Hoje, a cidade tem o 42o maior PIB do país.