Reserve cinco minutos do dia para observar seu filho. Se ele estiver em frente ao computador, olhando TV ou brincando com algum jogo eletrônico, pense um pouquinho. As crianças da sua casa sabem brincar de esconde-esconde, cabra-cega, amarelinha, quebra-cabeça e se divertir com brinquedos simples? Se a resposta for “não” para alguma das alternativas, sua família está completamente inserida na era da tecnologia, mas pode estar deixando para trás a importância de as crianças viverem, de fato, a infância.

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Viver uma das etapas mais importantes da vida requer um pouco de disposição dos pais e tempo para que as crianças possam brincar à vontade. Por meio do brinquedo, elas mostram suas capacidades, aprendem mais, se identificam, usam a imaginação, a criatividade, desenvolvem a coordenação motora e compreendem regras de convivência e de cooperação.

De acordo com a psicopedagoga Deise Lunardi, ao ver um pequeno entretido com brinquedos, os adultos podem perceber medos, angústias, raiva e sentimentos dele.

– A maneira como os pais e educadores propõem as brincadeiras faz com que a criança se desenvolva mais ou menos – diz.

Em casa, os pais que trabalham demais devem valorizar a qualidade dos encontros com os filhos. Escolha um jogo, discuta regras, resgate brincadeiras antigas, convide-os a cozinhar, leve-os aos parques.

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– A brincadeira não é apenas distração, mas uma possibilidade de aprendizado. Precisamos de mais praças, parques e locais públicos que apresentem condições físicas e de segurança – diz a assistente social Marilena Flores, presidente da Associação Brasileira pelo Direito de Brincar.

Quando o tempo com os brinquedos é substituído por uma agenda cheia de atividades, como cursos de idiomas, esportes e atividades extraclasse, as crianças podem estar sendo privadas de brincar. O problema é mais comum do que se imagina: conforme a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad), realizada anualmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2,1 milhões de crianças e adolescentes entre cinco e 17 anos trabalham atualmente, principalmente na agricultura e em tarefas domésticas. Entre as consequências desta privação estão a dificuldade de expressão, de socialização e de desenvolver o intelecto.

– O excesso de atividades pode sobrecarregar a criança, trazendo angústia e estresse. A brincadeira é o momento que ela tem para relaxar e extravasar emoções – afirma Marli Campos, diretora da seção Brasília da Associação Brasileira de Psicopedagogia.

Faça a escolha correta

Neste Natal, antes de escolher um brinquedo pela preferência do pequeno, os pais devem observar algumas questões de segurança para que os filhos não se machuquem.

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::: De acordo com a organização não governamental Criança Segura, os acidentes representam a principal causa de morte de crianças de um a 14 anos no Brasil. Entre os tipos mais comuns estão os sufocamentos e as quedas.

::: Os pais devem evitar brinquedos com peças miúdas que podem se soltar, verificar a presença do selo do Inmetro e a indicação da faixa etária.

::: O uso de substâncias tóxicas, como mercúrio e chumbo, nos produtos e a presença de arestas ou formas pontiagudas também representam riscos.

::: A compra de brinquedos como bicicletas, skates ou patins deve ser acompanhada de equipamentos de segurança como capacete, joelheiras e cotoveleiras.

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