Líder do governo na Câmara, o vereador Cláudio Aragão terá a missão de ampliar a base de apoio ao prefeito Udo Döhler neste segundo mandato. Nos últimos dois anos, ele teve papel decisivo nas conversas com os parlamentares e conseguiu, com muito diálogo, levar a maioria dos projetos enviados pelo Executivo à votação no plenário. O principal deles foi o da Lei de Ordenamento Territorial (LOT), aprovada no penúltimo dia de trabalhos no Legislativo. Aos 47 anos, Aragão teve recentemente renovada a liderança por parte do prefeito por mais dois anos.

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Que projeto o senhor pretende colocar em prática neste início de novo mandato?

– Um deles é o projeto do semáforo intermitente, com o sinal amarelo nas grandes avenidas das 23 horas às 5 horas, devido à insegurança e assaltos. Outro é o da sacola ecologicamente correta. Temos de tirar a sacola plástica do lixo, do dia a dia, e usar a biodegradável, que em até seis meses se decompõe. Vou dar celeridade a esses projetos que tramitam na Câmara. Tem também o projeto de incentivo fiscal ao esporte. Por exemplo: os clubes de base ou atletas do esporte amador que não têm incentivos nem recursos, poderão solicitar o incentivo fiscal por meio do ISS. Outro projeto interessante é o que institui a Patrulha Maria da Penha. As mulheres que não queiram ir à delegacia fazer denúncia porque têm medo do marido ou do namorado que as agridem, terão o apoio da Guarda Municipal e da Polícia Militar. Aonde tiver um agente de segurança, elas poderão fazer a denúncia. São projetos que vou lutar muito, mas quero focar também na zona Sul. No Morro do Amaral, vou lutar para que seja implantado o Parque do Morro do Amaral. Na rua Monsenhor Gercino, onde tem a caixa d?água do Itaum, a ideia é pegar um projeto do Ippuj e implantar o Mirante do Itaum. Na área da educação, quero trazer uma escola do IFSC para a zona Sul da cidade. E outra bandeira é a da pavimentação comunitária com lajotas. A Prefeitura faz a base, a sub-base e o morador compra a pedra. Isso tem dado certo e já pavimentamos 40 ruas.

A experiência de um mandato no Legislativo pode lhe dar melhores condições para trabalhar?

– Com certeza. No primeiro mandato, a gente chega à Câmara, pensa em uma coisa e, de repente, não é bem aquilo que acontece. Fiz um trabalho muito bem feito nos últimos quatro anos. Uma das coisas que me marcou foi os trabalhos que apoiamos. Quando cheguei, fui escolhido para presidir a comissão de educação. Trouxemos de São Paulo a ideia de usar o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) em Joinville. Hoje, nenhum pai de criança matriculada na rede municipal paga mensalidade. Foram beneficiadas cerca de 4,5 mil crianças em 2014, 2015 e 2016 e agora a Prefeitura faz parcerias com entidades filantrópicas e creches conveniadas. O município paga aproximadamente R$ 550 por vaga e o pai não gasta nada. Isso foi uma coisa muito boa que fizemos. Pagou o meu mandato. Conseguimos fazer acontecer na educação infantil. Criei também a comissão de segurança pública para discutir o trabalho no município. Por meio dela surgiu a Guarda Municipal, que é de estrutura pequena, mas eficiente, especialmente junto às escolas. Isso fez que fossemos crescendo e nos fortalecendo no mandato.

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Como líder, o senhor acredita que possa conseguir agregar mais aliados?

– Os vereadores que são de partidos não aliados também querem o bem de Joinville. Sempre tivemos um bom relacionamento com os pares. Nos próximos dias, vou conversar novamente com cada um deles, especialmente os dos partidos que estão fora da base – PSB e PSDB -, mas acredito que nenhum vereador, seja situação ou oposição, votará contra a cidade. Tenho trabalhado forte e todos os projetos do prefeito Udo na gestão passada passaram na Câmara. Um dos projetos que trabalhei muito, uns seis meses talvez, foi o da LOT. Prova disso é que o projeto original recebeu poucas emendas por causa das articulações. A LOT é muito importante para a cidade. Vai trazer desenvolvimento, gerar empregos e daremos todo o apoio aos projetos que a Prefeitura mandar para a Câmara.

Como o senhor vê a confiança do prefeito no seu trabalho?

– Tenho conversado bastante com o prefeito Udo Döhler, inclusive agora na montagem da nova mesa diretora, quando elegemos o Fernando (Kreling) como presidente da casa. Fui o líder desse processo. O prefeito me deu autonomia para construir a base governista, então, penso que assim como eu confio muito no trabalho dele, pelo zelo que tem ao dinheiro público, ele também confia no meu na Câmara. Somos do mesmo partido e temos uma convivência muito bacana.

Houve uma renovação de mais de 50% na composição da Câmara nas eleições de 2016. Como o senhor avalia o resultado das urnas?

– Em primeiro lugar, essa eleição foi bem diferente das outras. Teve uma rede social totalmente aberta. Em 2012, não havia WhatsApp e pouca coisa de Facebook. A rede social falou muito alto nessas eleições. Por outro lado, mostrou que quem trabalhou, teve determinação e viveu no meio da comunidade, foi respaldado e o mandato voltou. Outro ponto importante é que tem de respeitar as urnas. E quem fala pelas urnas é a população. Na eleição de 2012, fiz 4.185 votos e, na última, 4.943, quase mil votos a mais. É sinal que fizemos um trabalho bom e fomos reconhecidos.

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Perfil

Nome completo: Cláudio Nei Aragão.

Local de nascimento: Tijucas.

Idade: 47 anos.

Estado civil: casado.

Filhos: João Paulo, 21 anos, e Luiz Eduardo, de 17.

Grau de instrução: superior completo.

Formação: Gestão de negócios e empreendedorismo.

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* O colunista Jefferson Saavedra está de férias e volta a escrever neste espaço no dia 9 de fevereiro. Sugestões de notas e reportagens no período de ausência do colunista podem ser enviadas para o jornalista Jean Balbinotti pelo e-mail jean.balbinotti@an.com.br ou pelo telefone (47) 3419-2147.