A Rede de Educação Adventista destaca-se pela sinergia entre sustentabilidade e excelência educacional. Como comprovação desse compromisso, a instituição obteve reconhecimento internacional por suas iniciativas na região Sul do Brasil, sendo destacada como uma das construções mais sustentáveis do mundo pelo G20, grupo que congrega as maiores economias globais. Essa distinção foi resultado do projeto de sustentabilidade da rede, que incluiu a instalação de placas fotovoltaicas para a utilização de energia solar nas escolas.
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O certificado foi entregue em uma cerimônia que aconteceu em Nova Delhi, na capital da Índia, em setembro. Participaram do evento líderes de 19 países e da União Europeia. Na mesma ocasião, o Ministério de Energia da Índia reconheceu a Instituição como uma das 100 edificações sustentáveis mais notáveis do mundo.
Projeto está em mais de 60 instituições
A iniciativa de começar a inserir painéis solares em escolas adventistas começou com as unidades do Paraná, e contou com a participação da Petinelli, uma empresa especializada em projetos de gestão de energias renováveis. Depois, o projeto expandiu para as unidades de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
Guido Petinelli, especialista em Prédios Renováveis na empresa responsável pela instalação dos painéis solares, comenta que as edificações representam 33% de toda a emissão de gases de efeito estufa do mundo. Ao gerar 100% da energia de forma limpa, a Educação Adventista conseguiu deixar de fazer parte deste índice, o que mostra ser técnica e economicamente viável zerar emissões em instituições de ensino.
— A Educação Adventista é um case de sucesso por conquistar um objetivo audacioso: tornar todas as escolas autossuficientes. Mais importante ainda, essa façanha foi realizada com viabilidade econômica —, comenta o especialista.
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No momento, mais de 60 escolas da Rede já possuem tecnologia sustentável, o que corresponde a 44 mil metros quadrados em placas fotovoltaicas. Segundo a Instituição, a meta é que todas as unidades da região Sul do Brasil se tornem autossuficientes até 2025. O projeto já é uma realidade e conta com duas usinas fotovoltaicas, uma localizada na Faculdade Adventista do Paraná (FAP) e outra em Araquari/SC no Colégio Adventista de Santa Catarina (IAESC).
Para conquistar a certificação do G20, a Educação Adventista também teve que adotar diversas outras iniciativas sustentáveis, como a substituição de lâmpadas, aparelhos de ar-condicionado e outros eletrônicos por modelos mais eficientes e menos poluentes. Anteriormente, durante a implantação do projeto, a instituição também conquistou outros prêmios, como o certificado Zero Energy, amplamente reconhecido pelo GBC (Conselho de Construção Sustentável).
Sustentabilidade como valor educacional
Na Educação Adventista, a sustentabilidade é vista como algo muito maior do que os projetos instalados nas unidades da Rede. É uma prioridade de ensino, que está presente, inclusive, na grade curricular dos estudantes. De acordo com o pastor Rubens Silva, diretor da Educação Adventista para a região Sul do Brasil, o incentivo das unidades escolares faz com que os estudantes se influenciem nas práticas sustentáveis.
— Hoje, 56 mil alunos da Educação Adventista entram todos os dias numa escola que gera 100% da sua própria energia de forma limpa e renovável. Estamos falando que, para essas crianças e adolescentes, uma escola autossuficiente se tornou cotidiano. Para essa e futuras gerações, esse é o novo normal. Se para esse grupo de crianças, a sustentabilidade foi padrão em sua juventude, eles não vão aceitar menos que isso quando adultos — comenta.
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Ainda de acordo com Rubens, a sustentabilidade também está presente na rotina educacional através de medidas para a captação de água da chuva, compostagem, separação adequada do lixo, campanhas para recolhimento de lixo eletrônico e pilhas, projetos de hortas e diversas outras ações.
Aline Gonçalves é Diretora Acadêmica do Colégio Adventista de Blumenau. Conforme explica a profissional, a rotina sustentável promovida pela Instituição vai além de ensinar aos estudantes a importância de preservar o meio-ambiente.
— A abordagem educativa visa não apenas cumprir normativas ambientais, mas também incentivar uma mentalidade proativa em relação à sustentabilidade. No campo da alimentação, a promoção de uma dieta saudável e sustentável, um dos nossos pilares, é incorporada aos programas pedagógicos. Os alunos recebem educação sobre a origem dos alimentos, a importância da agricultura sustentável e os impactos ambientais associados às escolhas alimentares — reforça Aline.