A justa reivindicação dos prefeitos por uma maior divisão do bolo tributário nacional aos municípios escancara uma das distorções que afetam a oferta de serviços públicos no país. Em 2013, o impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) registrou arrecadação recorde de impostos federais: R$ 1,7 trilhão. Deste total, apenas 30% são compartilhados entre os mais de 5 mil municípios brasileiros, que estão na “linha de frente” da prestação de serviços básicos à população: hospitais, postos de saúde, escolas, creches, transporte etc.

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Há outro componente que, mesmo se os municípios começassem a receber mais recursos e aumentassem a arrecadação, precisa ser visto como prioritário: a gestão e aplicação inteligente de verbas. Economia é saber alocar recursos seja na abundância ou na escassez. Este foi um dos propósitos que levou o Conselho Federal de Administração (CFA) e os Conselhos Regionais (CRAs) a elaborarem e disseminarem o Guia da Boa Gestão do Prefeito, que orienta gestores em planejamento, legislação e controle financeiro e orçamentário e é leitura imprescindível.

Sabemos que a profissionalização pode transformar a gestão pública. Isso significa desenvolver um planejamento estratégico com base na análise situacional e na legislação municipal, buscar a integração com cidades vizinhas, além de conhecer e utilizar da melhor forma a estrutura organizacional. Neste caso, alocar profissionais qualificados para que ocupem cargos na máquina pública pode auxiliar no processo de transição e na continuidade de boas iniciativas. Pode ainda evitar situações como aumento indevido de impostos, nepotismo e negligência. Reconhecer a importância da profissionalização é atitude de responsabilidade e comprometimento com a sociedade.”