Eli Malvina Heil nasceu no município de Palhoça, em 1929. Na vizinha Santo Amaro da Imperatriz, onde passou a infância, começou a mostrar aptidão para os esportes – em especial o voleibol – motivo pelo qual veio para Florianópolis e se tornou professora de Educação Física, lecionando em um colégio da Capital.
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Em 1963, com o desenho que originou sua poética em torno do ovo, iniciou a produção de uma obra que ficaria marcada pela quantidade e multiplicidade de estilos. Pouco tempo depois, já em 1965, acumulou exposições em cidades como São Paulo e Paris, alcançando visibilidade como uma das mais importantes artistas plásticas de Santa Catarina. Teve suas obras vendidas em países do mundo todo e, hoje, morando em Florianópolis detém um rico acervo de obras.
Linguagem personalíssima na representação dos temas
Por Ylmar Corrêa Neto – Professor da UFSC e um dos curadores da exposição, ao lado de Fernando Boppré.
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Em 1962, com 33 anos, convalescendo de uma longa enfermidade, Eli Heil [Palhoça, 1929] começou a pintar e assim tem feito nos últimos 50 anos. Produz pinturas, desenhos e esculturas compostas com materiais às vezes exóticos, continuamente experimentando novas técnicas. Nesta pequena retrospectiva, com peças oriundas de coleções particulares, se encontram obras representativas das cinco décadas de sua produção.
Eli Heil desenvolveu uma linguagem personalíssima para representar alguns temas preferidos: seu ambiente, o erotismo pagão, a dor cristã e a reflexão sobre seu próprio processo criativo. Os morros e o mar de Florianópolis e o meio rural de Santo Amaro da Imperatriz se mesclam com uma fauna e flora quase imaginárias. Suas linhas orgânicas, frequentemente se repetem com sutis variações, em fuga. Seu vocabulário visual ocupa além de cada espaço disponível, em um fluxo abundante e complexo.
Fuga, “horror vacui”, prolixidade, hipérbole e rebuscamento são elementos do barroco musical, visual e literário que Eli Heil reinventou, alheia voluntariamente à arte do passado e do presente, isolada em seu “mundo ovo”. É barroco em estado bruto. Esta exposição completa as homenagens da comunidade à artista octogenária, iniciadas pelo bloco Baiacu de Alguém no carnaval do distrito de Santo Antônio de Lisboa. ?
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Uma obra para cada ano
A artista plástica Eli Heil comemora meio século de produção artística com uma exposição que vai reunir 50 de suas obras – uma para cada ano de trabalho, entre 1963 e 2012. A mostra Barroco Bruto é formada por quadros de coleções particulares, vendidos ou doados por Eli, e vai ser montada em ordem cronológica.
Um dos curadores da mostra, Ylmar Corrêa, define o trabalho de Eli como um “barroco musical, visual e literário”, reinventado por uma artista indiferente à passagem do tempo e “isolada em seu mundo ovo”. Na exposição, também serão exibidos os documentários Coração de Eli (2011), de Kátia Klock, e O Mundo Ovo de Eli Heil (1986), de Marco Aurélio Ramos e Maria Emília de Azevedo. ?
Agende-se:
O quê: Exposição Barroco Bruto – Eli Heil 50 Anos de Arte
Quando: abertura dia 8 de novembro, às 19h, com a presença da artista Visitação até 7 de dezembro (de segunda a sexta-feira, das 12h às 19h)
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Onde: Fundação Cultural Badesc (Rua Visconde de Ouro Preto, 216, Centro, Florianópolis)
Quanto: gratuito
Mais informações: (48) 3224-8846