Ícone da música brasileira, Rita Lee morreu nesta segunda-feira (8), em sua casa em São Paulo. A cantora foi diagnosticada com câncer de pulmão em 2021 e estava em tratamento para a doença.

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Em seu livro “Rita Lee: uma autobiografia”, publicado em 2016, revelou que foi abusada sexualmente aos seis anos por um técnico que foi consertar uma máquina de costura de sua mãe em casa, contou episódios da carreira, inclusive de quando foi expulsa dos Mutantes em 1972, e falou, ainda, sobre a luta contra o alcoolismo.

Rainha do rock brasileiro, Rita Lee embalou gerações ao longo da carreira

Um parágrafo de sua autobiografia se destaca nesse dia de luto em todo o Brasil. No capítulo chamado “Profecia”, ela fala sobre o dia de sua morte:

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“Quando eu morrer, posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta. Algumas rádios
tocarão minhas músicas sem cobrar jabá, colegas dirão que farei falta no mundo da música, quem
sabe até deem meu nome para uma rua sem saída. Os fãs, esses sinceros, empunharão capas dos meus
discos e entoarão “Ovelha negra”, as tvs já devem ter na manga um resumo da minha trajetória para
exibir no telejornal do dia e uma notinha no obituário de algumas revistas há de sair. Nas redes
virtuais, alguns dirão: “Ué, pensei que a véia já tivesse morrido, kkk”. Nenhum político se atreverá a
comparecer ao meu velório, uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles e me
levantaria do caixão para vaiá-los. Enquanto isso, estarei eu de alma presente no céu tocando minha
autoharp e cantando para Deus: “Thank you Lord, finally sedated”[64].
Epitáfio: Ela nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa.”

Vídeo relembra trajetória de Rita Lee

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