Diversidade é uma das palavras que resumem bem o que é o Festival Brasileiro da Cerveja. A começar com as músicas que atiçam a audição ao colocar os pés no Parque Vila Germânica. De um lado, Malungo entoando um reggae e arriscando nas batidas do rap Criolo, e do outro o som com um quê de nostalgia da Sonora Doze, que ia de Lynyrd Skynyrd com Sweet Home Alabama e AC/DC com You Shook Me All Night Long.

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Esqueça o piso escorregadio com litros e litros de chope derramados por foliões e que fazem os setores ficarem com cheiro de cerveja quente, como ocorre na Oktoberfest. O solo sequinho mostra o quanto os visitantes se preocupam em manter cada mililitro do líquido presente no copo. Diferente da ostentação de outubro, em que esbarrar nas pessoas e derramar goles de cerveja é algo sem muita relevância, durante o Festival isso é algo inadmissível.

Olhar para os lados após pisar no pavilhão já mostra a pluralidade do ambiente. Em uma estatística mental, sem qualquer fundamentação metodológica, é possível perceber que um em cada poucos veste a camisa de uma banda diferente. Motörhead, Beatles, Slipknot, Ramones, Guns N? Roses, Nirvana ou Kiss, estampavam as blusas de visitantes ávidos por degustar cervejas alternativas naquele que, para os fãs do líquido, é o Eldorado dos novos tempos.

Entre velhinhos e velhinhas, jovens que sentados mexiam nos smartphones, barbudões sorridentes, olhares brilhosos pela ação do álcool e casais perdidos tentando se localizar em meio à abundância de opções, o interesse é comum: o algo mais de uma mistura que envolve água, malte, lúpulo, fermento, e um o outro ingrediente especial.

Essa busca incessante, como dos europeus à procura do verdadeiro Eldorado no século 16, motivou os manezinhos da ilha Gabriel Kindermann e Luiza Vieira a voltar ao Festival Brasileiro da Cerveja. Entre stouts, as preferidas da mulher, e IPAs, as queridinhas do barbudão, o interesse comum é por aquilo que seja especial, diferenciado.

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O casal, que já vem há quatro anos no evento, busca desde seus estilos preferidos até as sours – tipo de cerveja com característica mais ácida e, às vezes azeda. Um exemplo é a Catharina Sour, estilo próprio criado pelas cervejarias catarinenses e que hoje é produzido pela Cerveja Blumenau, Itajahy e Lohn Bier.

– São duas coisas interessantes que a gente conseguiu perceber neste ano: a variedade de estilos dentro das próprias cervejarias e a quantidade de visitantes – afirma Kindermann que, entre um gole e outro, levanta os olhos e procura o próximo local onde irá preencher as linhas do volume de seu copo.

Gabriel Kindermann e Luiza Vieira vieram de Florianópolis para curtir o Festival. (Patrick Rodrigues)

Lazer que se mistura com negócios

Proprietários de um empório de cervejas em Balneário Camboriú, Cesar Cherubin e Jessica Hardt aproveitaram o embalo do Festival para juntar a sede com a vontade de beber. De um lado, o lazer por estarem lá e, do outro, os potenciais negócios que estão em cada canto dos setores 1 e 2 da Vila Germânica.

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O planejamento é simples, conforme o homem cujo bigode handlebar e chin puff se destaca: aproveitar os momentos para curtir e experimentar novos rótulos e, ao mesmo tempo, não deixar escapar oportunidades:

– Quero encontrar novidades, como as sours (olha ela aí de novo), por exemplo, que me façam unir o útil ao agradável.

Com mais de 800 rótulos e 130 cervejarias à disposição, o Festival Brasileiro da Cerveja se estende até este sábado em Blumenau. Hoje, o valor do ingresso é de R$ 30, com meia-entrada para estudantes, professores da rede pública e particular e idosos com mais de 60 anos.

Jovens entre 12 e 17 também pagam metade do valor, desde que estejam acompanhados por um responsável legal. Nesta sexta o festival vai das 19h à 1h. Amanhã o peço da entrada será de R$ 36 e os portões na Vila Germânica ficarão abertos das 15h à 1h.

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