Os veteranos se encontraram em 1952, com a primeira turma da Evaer. Ao fim da Segunda Guerra Mundial, cerca de 30 companhias nacionais _ a maioria falida nos anos seguintes _ investiram na aviação. O aquecimento do mercado provocou a escassez de pilotos, antes formados pelo Centro de Preparação de Oficiais da Reserva da Aeronáutica.

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Quem se formou, saía empregado. Criada em 1927, a Varig despontara como a principal empresa aérea nacional na década de 1950 e precisara formar pilotos e mecânicos para fortalecer os planos de expansão. Dos 40 inscritos, 22 foram selecionados.

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Filho de um engenheiro alemão trazido a Porto Alegre para a construção da Usina do Gasômetro, Fredy Wiedemeyer ingressou nas aulas aos 17 anos. É o caçula dos experientes. Em dois anos de aulas teóricas, voos em simulador hidráulico e mais de 150 horas práticas no aeroporto de São Leopoldo (RS), 16 alunos receberam o brevê. Três migraram para outras companhias.

Os demais começaram em rotas pelo interior do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, cresceram com a Varig e se aposentaram nos anos 1990, ostentando nos ombros a divisa de comandantes master de rotas intercontinentais.

No último voo, com 35 mil horas de navegação no currículo, Wiedemeyer se despediu com coquetel e champanhe oferecido pelos colegas. Era 28 de dezembro de 1992, saía de Los Angeles rumo ao Rio e tinha completado 60 anos, idade limite para pilotar rotas internacionais. Uma mensagem foi lida para os passageiros.

– Nunca soube como foi a reação deles (passageiros). Minha esposa dizia que eu não tinha cabeça para parar.

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