O secretário de saúde de Joinville, Jean Rodrigues da Silva, reforçou a situação de alerta da pandemia do novo coronavírus na cidade em entrevista ao Notícia na Manhã, da CBN Joinville, na última segunda-feira (7). Segundo os dados da Prefeitura de Joinville, 406 pessoas morreram — sete somente nesta semana — e mais de 5 mil estão em isolamento domiciliar.
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As vagas de UTI exclusivas para pacientes com Covid-19 estão 100% ocupadas, e não há equipes para ampliar o atendimento neste momento. Nos hospitais particulares, havia apenas cinco vagas de UTI Covid na noite desta segunda-feira.
— Estamos num momento difícil porque tudo o que foi feito anteriormente deu resultado. A gente conseguiu diminuir o número de casos. Mas, com as flexibilizações, nós não conseguimos compatibilizar a situação de flexibilização com o novo normal. E quando eu digo nós, eu incluo a população e o poder público — analisou ele.
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Para Jean, o erro foi as pessoas entenderem que, com as flexibilizações dos últimos dois meses, “estava tudo certo” e a vida podia voltar ao normal. Os feriados de 2 e 15 de novembro, quando parte da população foi às praias e, mesmo quem permaneceu na cidade, participou de aglomerações em festas, encontros e espaços públicos, levaram ao aumento no número de casos ativos. As eleições também foram citadas por ele como motivo para aumento no nível de contaminação.
— Estamos abrindo mais leitos nesta semana e na semana que vem, mas isto não é senha para que a gente possa deixar de respeitar as regras e, justamente, as restrições — informou ele.
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Joinville sob novas restrições
Desde segunda-feira, Joinville vive sob novo decreto: a ocupação em comércio, como lojas, restaurantes e similares, só pode atingir até 30% da capacidade total; o funcionamento só pode ocorrrer entre 6 e 23 horas; e é proibida a entrada de pessoas da mesma família juntas em supermercados. Eventos, festas, feiras e palestras estão proibidos, assim como funcionamento de casas de shows, museus, bibliotecas e de lugares onde são praticados esportes coletivos, desde 2 de dezembro.
— Tentamos aplicar restrições na medida que não interferissem tanto na vida das pessoas, mas alguns segmentos infelizmente estão impactados, principalmente a área de eventos e de canchas de esportes coletivos, por causa das aglomerações — destacou Jean.
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Segundo ele, mesmo com as restrições do decreto de 2 de dezembro, muitas pessoas não cumpriram as regras. A Vigilância em Saúde recebeu denúncias da realização de festas e de pubs que abriram no fim de semana.
— Estamos com dificuldade de entendimento de que 14 dias que foram colocados [no decreto municipal], precisam ser cumpridos para que a gente possa ter algum tipo de flexibilização no final de dezembro ou início de janeiro. Mas, do jeito que está indo agora, está sendo muito difícil. É um momento delicado, em que tudo está sendo questionado. A população não acredita em nada, acha que tudo é movimento político e, infelizmente, estamos perdendo vidas e impactando o sistema como um todo — afirmou.
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