A soltura de uma placa de ferro que faz parte das juntas de dilatação da Ponte Pedro Ivo Campos, em Florianópolis, na quarta-feira (13), trouxe uma série de dúvidas para quem usa a estrutura diariamente. A principal pergunta no momento é se a ponte pode cair ou não.
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Para o engenheiro Roberto de Oliveira, especialista na construção desse tipo de estrutura, os moradores podem ficar tranquilos. Não há risco algum, por enquanto.
Oliveira disse que passou de barco perto da estrutura das duas pontes que ligam a Ilha de Santa Catarina ao continente, na manhã desta quinta-feira (14). Segundo ele, as bases estão firmes, mas há alguns pontos que já merecem ser observados.
— Ela não vai cair de repente. As pontes aqui de Florianópolis são de um tipo de construção que dá muitos sinais antes de uma queda. Mas a ponte está pedindo atenção — frisa o engenheiro, em referência ao incidente de quarta-feira.
Para o superintendente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (Crea-SC), Laércio Domingos Tabalipa, o problema já era previsto. Há vários meses quem passa pelo local percebe um barulho excessivo na peça que acabou se soltando.
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— Nós temos acompanhado todo esse processo de recuperação das pontes. Então, nos causou uma preocupação por ter acontecido uma coisa que já era prevista e nenhuma providência ter sido tomada. Ainda bem que foi um problema que não trouxe maiores transtornos para a cidade — ressalta.
Entretanto, Tabalipa diz que o governo deveria ter ficado atento ao problema, já que há vários meses era possível ouvir um barulho intenso, quando se passava pelo local.
Reparo emergencial foi feito na noite de quarta
Ainda na noite de quarta-feira, o Departamento de Infraestrutura de Santa Catarina (Deinfra) realizou um reparo emergencial, na estrutura que se soltou. A peça metálica recebeu uma solda para se manter na posição correta. Mas a solução não é definitiva, pois foi projetada para ficar parafusada.
Conforme Oliveira, a solda deve aguentar por algum tempo e, por enquanto, não há riscos para os motoristas que trafegam no trecho.
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Sobre a reforma completa não só da Pedro Ivo, mas também da Colombo Salles, ele ressalta que, apesar de não haver riscos de colapso, a aparência para quem observa as pontes, sem os conhecimentos de engenharia, é de descaso e abandono.
— Tecnicamente, a estrutura tem que estar forte. Mas a aparência externa não é de uma estrutura forte — diz.
Para o engenheiro, é necessário que o poder público dê prioridade à melhora das duas pontes que ligam a Ilha de Santa Catarina ao continente. Isso porque ele não vê um plano de contingência preparado para a cidade, caso alguma das estruturas — ou as duas — venham a desabar.
Tabalipa também reforça que é necessário vigiar e fiscalizar a atuação do Deinfra, para que situações como essa não voltem a acontecer.
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— Creio que o problema de ontem (quarta-feira) foi resolvido, mas não garante que não vá acontecer de novo — afirma.
*Com a colaboração de Mayara Vieira, repórter da NSC TV