O presidente do Instituto de Estudo Latino-americanos acredita que não há nenhuma autonomia brasileira para resolver a grave crise na Venezuela. O economista Nildo Ouriques, professor do departamento de economia e relações internacionais da UFSC, diz que o Brasil está orientado pela Organização dos Estados Americanos (OEA) ou pelos Estados Unidos.

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O país vizinho, afundado numa crise política e econômica, registrou manifestações populares que encheram as ruas da capital Caracas pedindo a saída do presidente Nicolás Maduro. O chefe do Parlamento, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente. Ontem, os militares afirmaram lealdade a Maduro.

— O governo do Maduro divide a Venezuela. Não é brincadeira a crise venezuelana. Há uma guerra econômica contra o país — comentou o economista.

Nildo, que trabalhou três meses no Banco Central da Venezuela, não acha que o país vive hoje uma ditadura:

— Nunca vi uma ditadura em que a oposição conspira abertamente. Há dois bandos, no sentido de partido, na oposição. A de (Henrique) Capriles, uma oposição constitucional, tentando o poder pelo voto, e uma oposição cujo líder está preso porque cometeu crimes contra a ordem pública intoleráveis. Se alguém fizer algo assim aqui contra o presidente Bolsonaro vai para a cadeia imediatamente.

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Ele critica a participação do governo brasileiro para resolver a crise no país vizinho. O governo brasileiro já reconheceu Juan Guaidó como presidente venezuelano.

— O ativismo do governo Bolsonaro nasce dessa estreita relação que estamos tendo agora com Washington. É um alinhamento típico de uma república bananeira. Eu não tinha nenhum apreço, zero, pela política externa de Temer, Lula e Dilma. Declarava muito e faz pouco. E Bolsonaro declara muito e faz pouco, mas pela direita.

Ouça a entrevista de Ouriques ao Direto da Redação: