Entre as tantas polêmicas recentes e efêmeras da Internet, uma vale ser exposta e debatida: a postura da Alezzia, uma marca de móveis carioca, frente à reação contra suas campanhas machistas.
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Explico para quem não acompanhou: tudo começou quando o dono da loja, Alexandre Nascimento, fez um comentário machista no grupo Behance Brasil (para ele, homens são melhores que mulheres em design gráfico). Uma usuária viu e expôs a opinião de Alexandre relacionando a postura machista com as campanhas da sua empresa, a Alezzia, tão bizarras quanto isto: uma mulher de maiô branco segurando um cabideiro no meio do mato, uma mulher nua sentada em um pufe da marca. E por aí vai. Parece piada, mas é real e bem triste. Mas mais lamentável do que ver na campanha a bunda de uma menina jogando uma cadeira ao mar pra comprovar que o inox da Alezzia é resistente (oi?) é assistir a postura da empresa na gestão dessa crise.
Na quinta passada (15) empresa lançou um desafio: se sua nota no Facebook ficar abaixo de 1,1 até janeiro, a usuária que levantou o tema ganhará um cupom de R$ 10 mil. Se não chegar, a AACD receberá as doações. Ou seja, utiliza uma instituição e uma causa sérias para fazer marketing para uma empresa com visão de mundo ultrapassada, que deveria ter ficado num passado distante. Condicionam a doação à classificação positiva da marca.
Desde então, a página da marca, que publica sem parar posts que debocham dos argumentos contra a objetificação da mulher, virou zona de guerra. Gente contra o feminismo sem nem saber do que se trata, usuários se dizendo contra o politicamente correto e a caretice até gente que relaciona feminismo com esquerdismo. É de se pensar por que um movimento que defende a liberdade e a igualdade desperte tanto ódio, inclusive da parte das mulheres. Nota da Alezzia hoje? 3,6 (a nota máxima na rede social é de cinco estrelas). Acaba 2016.
Por outro lado, o debate, esse sempre positivo, está posto e ótimos textos têm circulado na internet explicando, para quem ainda não entendeu, qual é o problema com as campanhas que coisificam mulheres. Como esse, do blog Não Sou Exposição.
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