Respondendo pelo 12º Batalhão da Polícia Militar de Balneário Camboriú nas férias do tenente-coronel Marcello Martinez Hipólito, o subcomandante major Ronaldo de Oliveira falou por telefone com a reportagem do Sol Diário e comentou o desabafo divulgado à imprensa na noite desta quarta-feira. Ele diz que o ranking da criminalidade enviado aos veículo de comunicação – lista dos 10 mais reincidentes na região – é um alerta às autoridades sobre a sensação de insegurança e impunidade, e afirma que só uma grande ação conjunta pode resolver o problema.

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O que motivou a divulgação desse ranking e o desabafo da Polícia Militar?

Fizemos isso porque todas as reclamações das pessoas caem sobre a Polícia Militar. É a mesma coisa que falar que o problema da educação são os professores ou que da saúde são os médicos. Em nenhum dos casos o problema são os profissionais. Mostrei a quantidade de prisões pela PM que os 10 primeiros do ranking tiveram, e se você pegar o caso do primeiro da lista, com 81 passagens, vê que alguma coisa está errada no sistema. Nossa ideia é tentar mobilizar as autoridades para uma ação geral que melhore a segurança pública, porque só martelar na PM não adianta.

A situação está se tornando insustentável na região?

Não está incontrolável. Mas o pessoal da avenida Brasil, em Balneário, por exemplo, vem reclamar de assaltos. A gente faz estudo de caso e observa que no local do crime ou tinha um polícia militar próximo ou tinha sido patrulhada há pouco tempo. O que acontece é que hoje a sensação de impunidade é tão grande que o bandido não quer saber e assalta do mesmo jeito. Vimos lugares que foram assaltados a menos de 100 metros de uma viatura. Com nosso relato, queremos mostrar que a PM está fazendo seu papel, mas alguém não está. Não sei quem, mas alguém não está. Queremos alertar para que não apareçam outros casos com 81 passagens pela polícia.

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Esse alerta já foi discutido com outros órgãos da segurança pública?

Começamos o alerta a partir dessa divulgação do ranking. Temos de mobilizar todos os órgãos e unir os governos federal, estadual e municipais para buscar as responsabilidades e ver o que está acontecendo. Essa situação se repete no país inteiro, mas fiz o alerta em Camboriú e Balneário que é onde estou respondendo pelo batalhão neste momento. Do mesmo jeito que os comerciantes e moradores estão indignados, nossos policiais estão ainda mais. Eles prendem, muitas vezes dão o peito pra tomar tiro e no outro dia o bandido está solto.