Uma operação da Polícia Federal iniciada em Santa Catarina cumpre mandados de prisão e busca na manhã desta sexta-feira (6), relacionados a fraudes e corrupção passiva nos Correios. A ação, denominada Operação Postal Off, tem o objetivo de desarticular uma organização criminosa que atuava junto à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
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Conforme a Polícia Federal, a investigação apura o envolvimento de funcionários dos Correios, empresários e agentes políticos suspeitos praticavam fraudes que resultaram um prejuízo de pelo menos R$13 milhões à empresa.
As investigações iniciaram em Santa Catarina, mas as ordens judiciais estão sendo cumpridas no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Minas Gerais.
Há nove mandados de prisão preventiva e outros 19 de busca e apreensão no Rio de Janeiro (RJ). Em São Paulo, são cumpridos dois mandados de prisão preventiva e cinco de buscas nos municípios de Tamboré, Cotia, Bauru e São Caetano. Um mandado de prisão temporária e outro de busca são cumpridos em Belo Horizonte (MG).
Carros de luxo, um iate avaliado em R$3 milhões e outros bens dos investigados foram apreendidos judicialmente. Foi determinado também o bloqueio de contas bancárias dos investigados, de cerca de R$40 milhões no total.
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Investigação começou em SC
O primeiro indício de crime foi encontrado em Santa Catarina dando início à investigação em novembro de 2018, segundo a PF. Evidências teriam apontado para a atuação de grupos localizados em São Paulo e no Rio de Janeiro que contavam com a participação de funcionários dos Correios.
De acordo com a Polícia Federal, grandes cargas postais dos clientes da estatal eram distribuídas no fluxo postal sem faturamento ou com faturamento muito inferior ao real.
“Uma das principais modalidades de fraude acontecia mediante identificação de grandes clientes dos Correios, os quais eram procurados pelos investigados com a oferta de que rompessem seus contratos com a referida empresa pública e passassem a ter suas encomendas postadas por meio de contratos mantidos entre as empresas do grupo criminoso e a EBCT”, explicou a PF por meio de nota.
Os suspeitos poderão responder pelos crimes de corrupção passiva e ativa, concussão, estelionato, crimes tributários, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.
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Em nota, os Correios afirmam que estão colaborando plenamente com as autoridades. "A empresa permanecerá contribuindo com as investigações para a apuração dos fatos. Os Correios reafirmam o seu compromisso com a ética, a integridade e a transparência", afirmou a empresa.