Se o mundo do trabalho vai se transformar e novas profissões vão surgir, onde essa mudança precisa começar? Na sala de aula. É na educação que está a oportunidade do mundo pós-pandemia. Como será a transformação digital nas universidades, quais serão os desafios da educação e qual o papel do professor nesta nova era? Os especialistas da Unisul ajudam a desvendar esse futuro.

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Educação conectada

Não há mais como resistir à tecnologia. Ela que possibilitou que as aulas continuassem durante o isolamento social, e que mudará os hábitos de aprendizagem daqui para frente. Neste contexto tecnológico, a educação a distância, ou ensino digital, ganha força.

— O modelo de Ensino a Distância já está consolidado e a pandemia somente acelerou um processo irreversível. O ensino digital é o maior aliado do aprendizado, pois não necessita de um espaço físico único, ele permite o aprendizado em qualquer lugar — afirma o professor do curso de História da Unisul, Giancarlo Moser.

Ainda existe um paradigma do ensino digital que precisa ser rompido e que começou a ocorrer neste momento de isolamento social: o método a distância não pode somente reproduzir as aulas presenciais.

— Romper com esse paradigma foi e ainda está sendo a mais transformadora experiência para professores e alunos. O aluno precisa construir autonomia e disciplina e o professor precisa desenvolver outras habilidades além da escrita acadêmica e da oratória. Investir em capacitação e tecnologia deverá ser a premissa para que tenhamos sucesso no ensino digital — explica a professora e Designer Instrucional da modalidade a distância da Unisul, Lis Fogolari.

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Essa situação emergencial que a pandemia impôs aos alunos e professores também sinaliza a união entre as atividades presenciais e as interações a distância. — Uma parcela cada vez maior do mundo do trabalho vive esta realidade, onde o uso disseminado de novas tecnologias qualifica e potencializa os processos. Fazer com que isso seja possível para um número cada vez maior de pessoas também é tarefa nossa, comunidade universitária — enfatiza o Coordenador dos cursos de Pedagogia, Filosofia e Serviço Social da Unisul, Marciel Evangelista.

A importância das conexões reais em um mundo tecnológico

Se a tecnologia estará cada vez mais presente na educação e o ensino digital ganhará destaque, as máquinas vão substituir os professores? Não, mas eles assumirão um novo papel.

— Na sala de aula tradicional, o professor é a principal fonte de informação e os alunos a recebem quase que passivamente. Esse modelo de professor como sábio está presente na educação há muito tempo. No entanto, devido ao acesso à informação e às oportunidades educacionais permitidas pela tecnologia, vemos o papel do professor mudando para tutor, à medida que os alunos assumem mais responsabilidade por seu próprio aprendizado, usando a tecnologia para coletar informações relevantes — explica o professor de História, Giancarlo Moser.

Esse novo papel do professor, com mais afetividade, já vem sendo trabalhado por alguns mestres.

— Um professor afetivo transforma a vida do aluno e também se autotransforma. O professor afetivo não é um professor amigo, que passa a mão na cabeça do aluno, é um professor que cobra, ensina, dá um direcionamento, mas estabelece confiança e cumplicidade com esse acadêmico, entra no contexto do aluno e o traz para perto de si. A afetividade possibilita um ensino mais forte, agradável e significativo. Ninguém gosta de ser ensinado à força. Os alunos não gostam de professores que os ignoram, é preciso ser um professor que cative, que conquiste, que traga o aluno para si — afirma o professor das graduações em Jornalismo e Publicidade e Propaganda e do mestrado em Ciências da Linguagem da Unisul, Mario Abel Bressan.

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Ele também acredita que é preciso ir além das aulas expositivas e transmitir o conhecimento por meio das emoções.

— É pela afetividade que eu vejo que nós, professores, teremos o nosso diferencial das máquinas. Porque, futuramente, o aluno vai poder aprender sozinho. Qual é a função do professor? É mediar esses conteúdos com afetividade. As profissões do futuro vão se diferenciar pelo afeto, pelas relações, pelos relacionamentos — enfatiza Bressan.

Aprendizado sem data para acabar

Outra marca forte nas novas gerações de estudantes e profissionais é o aprendizado contínuo. Com o mundo mudando o tempo todo, é necessário, também, se adaptar o tempo todo.

— É preciso preparar as pessoas para a incerteza e promover a agilidade e a adaptabilidade. Isso requer uma reorientação, desde a educação infantil até a universidade. Significa incentivar a flexibilidade, e não somente a especialização — afirma o professor de História, Giancarlo Moser.

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Daqui para frente, a tendência é não limitar mais o ensino e o aprendizado a uma sala de aula.

— É preciso ampliar as possibilidades e os horizontes e fazer do mundo da vida a grande sala de aula. Saber ser-com-os-outros e saber aprender é o que devemos buscar viver e favorecer à comunidade de conhecimento que chamamos de universidade — destaca o Coordenador dos cursos de Filosofia, Pedagogia e Serviço Social, Marciel Evangelista.

O que temos pela frente é um caminho de duas vias que podem parecer distintas à primeira vista, mas que funcionam muito bem juntas: a tecnologia e a humanização. A Unisul já caminha por essas duas vias. Foi pioneira no ensino digital no Brasil e tem mais de 30 cursos oferecidos a distância. Além disso, durante a pandemia, estão sendo realizados webinars, disponíveis no canal do Youtube da universidade, com diversos temas transmitidos aos alunos por especialistas, de forma atual e próxima.

Ações como estas nos levam para um mundo mais digital. Ao mesmo tempo, para um mundo mais humano. A oportunidade do mundo pós-pandemia está onde sempre esteve: na educação.

Para ler mais sobre o que esperar do futuro, acesse o canal Mundo Pós-Pandemia e informe-se.

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