Música, cantos, conversas e até namoricos marcaram a noite sob as estrelas dos peregrinos instalados no imenso Campo da Misericórdia da Cracóvia, onde não se bebe, nem se fuma, mas, sim, pode-se encontrar um amor.
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“Conheci três casais que decidiram se casar aqui durante as jornadas”, comenta o colombiano Alejandro Girón, um trabalhador social da Conferência Episcopal de seu país, que viajou com um grupo de cerca de 40 pessoas entre menores e adultos.
A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) da Polônia pode ser a mais internacional das edições desse encontro, reunindo peregrinos de países remotos. Ao todo, chegou-se ao recorde de 187 nações representadas no evento.
Trocar músicas, bandeiras e gritos de apoio foi o maior divertimento desses jovens, que viajaram acompanhados de párocos, freiras e seminaristas e se hospedam em casas de família e em escolas.
“Vou embora da Polônia com uma outra mãe. Agora tenho duas”, disse Alejandro, sem palavras para agradecer pela amabilidade e pela generosidade da família que o hospedou.
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A música eletrônica com letra religiosa conduziu essa noite especial, de temperatura agradável, na qual jovens brasileiros, argentinos, iraquianos, coreanos, centro-africanos, chineses, australianos e libaneses se misturavam com inúmeros europeus – poloneses, italianos, franceses, espanhóis.
“É que aqui encontramos gente que tem os mesmos valores”, disse a polonesa Aleksandra, de 18, que se encantou com o espanhol Ignacio, de 22, enquanto conversavam sob toldos improvisados de todas as cores.
“Nós sabemos que, sem fé, é mais duro para um casal. Tanta gente se divorcia hoje em dia”, lamenta a jovem francesa Sophie Jubin, de 20, que viajou com o namorado suíço, Jeremie Savoy, de 22.
“É nossa primeira JMJ juntos. Isso nos permite viver momentos de oração”, afirma Sophie.
“Há amigos que brincam que a JMJ é uma agência matrimonial, mas não é verdade. São 50 rapazes para 150 garotas”, comenta, aos risos.
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Mais do que apenas festejar, esses jovens deixaram suas casas para trocar ideias, já colocando em prática o pedido do papa Francisco para que abandonem o “sofá da felicidade”.
Com suas mochilas de todas as cores nas costas, os peregrinos que ficaram no campo esperaram pelo amanhecer, depois de terem passado um fim de tarde especial, quase mágico, segundo alguns, com Francisco diante deles sobre o imenso palco, dando conselhos como um sábio ancião.
“A verdade é outra: queridos jovens, não viemos a este mundo para vegetar, para passá-la comodamente, para fazer da vida um sofá no qual adormecemos. Ao contrário, viemos para deixar uma marca”, disse ele no sábado.
“O tempo que estamos vivendo hoje não necessita de jovens-sofá, mas de jovens com sapatos, melhor ainda, com as chuteiras calçadas. Só aceita jogadores titulares na quadra, não há espaço para substitutos”, convocou Francisco, pedindo à multidão que deixe de lado o “sofá-felicidade”.
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“A mensagem dele caiu como uma luva”, reconheceu Alejandro.
kv/age/tt