Uma medida administrativa da Infraero vai facilitar a ampliação do Aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis. A estatal que administra aeroportos no Brasil incluiu na licitação de construção do terminal de passageiros o lote que trata da instalação de equipamentos eletromecânicos, como as esteiras de bagagem. Desta maneira, foi eliminada uma licitação, processo que sempre é complicado por ser comum as empresas concorrentes entrarem com recursos e arrastarem a definição. O superintendente do aeroporto, Antônio Filipe Brüggemann, ressalta que as operações da atual estrutura serão mantidas durante as obras, que começam “por volta de 25 de junho”. O estacionamento, os acessos e a terraplenagem da pista de taxiamento e do novo terminal serão no outro lado da estrutura atual. Estas obras integram o primeiro e o terceiro lote. O segundo é para a construção do novo terminal e vai para licitação em 2 de julho, junto ao quarto lote. Ficará faltando licitar o último lote, para automação predial. Brüggemann diz que até a Copa de 2014, 70% da obra estará pronta. Todo o projeto deve ser concluído até outubro de 2014.
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Diário Catarinense – Quando as máquinas começarão a trabalhar na ampliação do aeroporto?
Antônio Filipe Brüggemann – A ordem de serviço foi assinada no dia 6 (de junho), com início da obra a partir do dia 11, que foi a última segunda-feira. Quando tem uma obra de infraestrutura de grande porte, é previsto um período para mobilização de máquinas e equipamentos, contratação de empregados e treinamento destes funcionários. Tudo faz parte do cronograma da obra. A expectativa por ter máquina removendo terra é compreensível porque faz muito tempo que se espera por esta obra. Mas para ter, demora um pouco mais por conta destes procedimentos. Deve estar começando a movimentação de obras por volta do dia 25 deste mês. Boa parte do maquinário ainda está sendo trazida.
DC – Quais as fases desta etapa?
Brüggemann – Inicia com remoção da vegetação e em seguida se parte para a terraplenagem. Vai ter que ser trazido material de área externa ao aeroporto para ser depositado na área da obra. Depois de concluída, chega a pavimentação propriamente dita. A parte da terraplenagem é o grosso dos 21 meses, envolve terraplenagem e a pavimentação. Também está incluída a pista de taxiamento e o pátio de terminais.
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DC – Como será feita a obra sem prejudicar as operações?
Brüggemann – Existe uma norma que estabelece que qualquer obra perto das áreas de movimento, pista e pátio, deve ser apresentada e aprovada pela Anac com um plano operacional de obras e serviços. O plano já foi elaborado e está aprovado. Neste plano, a gente traça as estratégias para continuar funcionando sem um grande impacto na obra.
DC – Há algum agravante no verão por causa do maior fluxo?
Brüggemann – Não interfere porque a obra não é de ampliação do atual terminal, mas sim a construção de um novo terminal, e temos condições de manter o aeroporto funcionando normalmente sem nenhuma interferência, a não ser os cuidados estabelecidos no plano de segurança.
DC – Foi anunciado que 70% da ampliação estará terminada até a Copa do Mundo. Em que consiste este percentual?
Brüggemann – Nestes 70%, a edificação do terminal de passageiros vai estar praticamente concluída. Talvez internamente uma ou outra área não possa ser disponibilizada para operação. Ou algum sistema estará em instalação, mas que não impacte na operação. Nestes 70%, também haverá ao menos o saguão, a área de check-in e a sala de embarque e de desembarque. Neste percentual, vai estar concentrado a parte que vai permitir a operação. A área administrativa faz parte dos 30%.
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DC – Hoje, qual a real capacidade do aeroporto da Capital?
Brüggemann – Trabalhamos com 2,7 milhões de passageiros por ano porque foi feita uma mudança no cálculo da capacidade.
DC – Juntando o que existe agora com o novo terminal, teremos capacidade para 9,5 milhões passageiros por ano? Será suficiente para quanto tempo?
Brüggemann – Sim, e a gente espera que seja suficiente para uma década. Suportamos a demanda até 2025 e planejando nova estrutura. Precisamos ver como estará a demanda, porque chegará um momento que vai se estabilizar e não continuar o crescimento atual.
DC – O fato de SC não sediar a Copa atrasou a ampliação?
Brüggemann – Não. O que impactou foi a questão dos ajustes que foram necessários em função de apontamentos do Tribunal de Contas da União. A Infraero buscou atender a todos os questionamentos e se cercar de todas a garantias de que quando o processo iniciasse novamente não seria interrompido mais. Voltou à estaca zero para ter certeza que se concretizasse sem percalços.
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DC – Agora tá garantido?
Brüggemann – Sim. Já foi assinada ordem de serviço. A obra está seguindo seu cronograma.
DC – E sobre a licitação do terminal de passageiros, que está prevista para julho?
Brüggemann – Não temos como saber se tem empresas interessadas porque o processo ainda não foi publicado. Só saberemos a partir da publicação, prevista para 2 de julho.
DC – E as outras etapas?
Brüggemann – Na verdade, vai ficar só uma etapa para trás, porque uma delas estará inserida na licitação do terminal. Foi feita uma aglutinação. Só faltará a automação dos equipamentos. O sistema de automação vai ficar naqueles 30%.