A palavra peruca nos remete à luxuosa corte francesa. E não é por menos. O adereço começou a ser usado por Luís 13 para disfarçar a calvície precoce, porém, foi no reinado de seu filho, Luís 14, que a peruca alcançou o auge da popularidade e estendeu-se por 200 anos.

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O rei passou a usar um modelo para cada ocasião: ir à Igreja, cear e até dormir; o único autorizado a vê-lo sem o adorno era seu barbeiro. Foi assim que a moda pegou entre os nobres e as cortes europeias em 1660.

As primeiras eram feitas de fios naturais e, quanto mais poder, mais bem elaboradas eram. Depois, passaram a ser fabricadas com crina animal. Os modelos confeccionados com seda e lã eram consideradas de segunda mão e usadas por marinheiros, pedreiros e coveiros.

Foram os modelos femininos, entretanto, que assumiram proporções arquitetônicas – no filme Maria Antonieta, de 2007, dirigido por Sofia Coppola, tem-se uma ideia das perucas esculturais usadas na época.

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Os adereços chegavam a pesar oito quilos e eram sustentados por armações tão altas que foi preciso rebaixar o assento das carruagens. Algumas damas permaneciam de joelhos durante o trajeto para que coubessem nos carros. Tudo em nome da beleza!

Na busca pela peruca perfeita, elas ficavam cada vez mais extravagantes, com aplicações de pedras preciosas, plumas, espelhos, flores e até frutas e legumes. Outras reproduziam verdadeiros cenários sobre as cabeças, desde quartos com miniaturas de mobílias, moinhos e montanhas do Japão a gaiolas com pássaros de verdade.

Outro costume era empoar (polvilhar com uma substância em pó) as perucas. Antes do procedimento, as pessoas tinha que vestir roupas especiais e cobriam o rosto com um cone de papel para proteger o nariz da nuvem de talco à base de polvilho ou pó do Chipre. Isso servia para dar outra cor aos fios. Os tons pastel, rosa, violeta e azul eram mais usados pelas mulheres e o grisalho, pelos homens.

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