O Condomínio Baía Sul, na rua João Meireles, em Florianópolis, tem 192 apartamentos onde moram cerca de 600 pessoas. Elas dividem os espaços comuns e há três Copas do Mundo se deparam, sempre que saem e voltam de casa, com duas enormes bandeiras verde e amarela com seis estrelas bordadas. Mas uma delas ainda espera para ser colorida de dourado desde 2006, e mantém vivo o sonho do Hexa.

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.:Poucas cidades catarinenses preparam festas para a Copa do Mundo

Aos poucos o clima de Copa surge nas cidades, ainda que tímido e muito menos como unanimidade. O Mundial no Brasil assumiu muitas faces que avançam sobre o aspecto do futebol. Das manifestações, investimentos mal realizados, indignação política e também otimismo e orgulho de ser brasileiro. No Condomínio Baía Sul, não é diferente.

– A Copa no Brasil é uma coisa boa, mas nesse ano era para estarmos todos engajados. Porém, tantas coisas como corrupção, a falta de investimentos em áreas importantes da sociedade ficaram tão claras, que essa animação se perdeu – opina a moradora Sônia Pinheiro.

Ela e a mãe Maurita Beatriz apoiam o prédio decorado, mas são reticentes quanto aos benefícios do torneio ao Brasil. Maurita acrescenta:

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– Não podemos nos iludir. Esse ano tem eleição em seguida, em outubro, e temos que lembrar do que foi esse processo antes da Copa.

As duas bandeiras penduradas no vão central do condomínio foram costuradas por um grupo da terceira idade em 2006, lembra a síndica Ivete Faber, que não perde o otimismo.

– Nunca tem nada no Brasil, agora é hora de fazer valer essa exposição. Todos os países tem problemas, podemos ter alguns mais sérios, mas eu penso de forma positiva. Não acredito em regresso, acredito no progresso. E também acredito no título. Vou torcer sim – enfatiza Ivete.

O filho de Ivete, Gian Faber, conta de quando era mais novo e acompanhava os jogos da Copa com os amigos do condomínio. Hoje ele não sabe dizer se é porque cresceu ou se a energia que envolve o Mundial de fato mudou desde as últimas Copas.

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– A gente muda, pensa diferente. Mas algumas coisas no país parecem nunca mudar. De qualquer jeito, as bandeiras sempre mexeram com as pessoas. Elas observam – diz Faber.

A Copa ainda não tomou as ruas da cidade. Na Avenida Beira-Mar Norte, uma tímida bandeira também foi estendida em um prédio.

– Apesar do clima de incertezas, é importante ser otimista. Moramos aqui, devemos torcer para nosso país, no futebol e fora dele – explica a moradora do prédio Vânia Pedroso.