A indefinição sobre a composição das alianças partidárias nas eleições de outubro geraram um curioso efeito colateral em Santa Catarina. Até agora, a pouco mais de duas semanas do fim do prazo para escolha dos candidatos, apenas o PSOL tem um nome definido para concorrer ao Senado.
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Os maiores partidos do Estado ainda aguardam a definição sobre os parceiros eleitorais e disputas internas. Na aliança em torno da reeleição do governador Raimundo Colombo (PSD), ainda estão sendo derrubadas as resistências do PMDB, especialmente do senador Luiz Henrique da Silveira, em aceitar que a vaga ao Senado fique com o PP. O nome favorito, nesse caso, é do deputado estadual Joares Ponticelli – principal articulador da aproximação entre pepistas e pessedistas.
Oficialmente, o deputado federal João Pizzolatti (PP) também é pré-candidato à majoritária. Mas outros nomes no partido começam a ser ventilados, como forma de convencer Luiz Henrique. A resistência a Ponticelli teria se originado na época em que o pepista fazia forte oposição ao governo do peemedebista, com uma sequência de processos na Justiça contra LHS.
– A vaga de senador é do PP e será escolhida pelo PP. Não aceitamos vetos, mas podemos construir, fazer uma engenharia – afirma Pizzolatti, presidente em exercício da sigla.
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No PT, não avançaram as conversas estimuladas pela vinda da presidente Dilma Rousseff ao Estado, na última sexta-feira, de que o partido poderia ingressar na chapa de Colombo. A possibilidade é rejeitada pelo presidente estadual Claudio Vignatti, pré-candidato do partido ao governo, e pelo próprio Colombo, que prefere manter o compromisso com os pepistas.
No cenário dessa chapa pura do PT, a vaga da disputa ao Senado ficaria com o deputado federal Décio Lima ou o deputado estadual Jailson Lima.
– Nós vamos definir isso até sexta-feira. Já conversei com o Jailson, que mantém a pré-candidatura, e vou conversar com o Décio também – afirma Vignatti.
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A situação é semelhante no PSDB, do pré-candidato ao governo Paulo Bauer. Sem aliados de peso até o momento, o partido tenta convencer o ex-governador Leonel Pavan a enfrentar a disputa. Pavan foi senador entre 2003 e 2006, quando renunciou para assumir como vice-governador.
– Eu tenho uma eleição tranquila para deputado federal ou estadual, mas estou recebendo muitos apelos do Paulo Bauer e do Aécio Neves para concorrer ao Senado. Vou decidir até sexta-feira – diz o tucano.
Além das chapas que estão se formando, outros nomes podem entrar na disputa. O deputado federal Paulo Bornhausen (PSB) sofre pressões para deixar a aliança de Colombo e entrar para a disputa ao Senado ou ao governo estadual. A ideia seria dar palanque à candidatura presidencial de Eduardo Campos. Bornhausen diz que a decisão deve acontecer no final do prazo, dia 30 de junho.
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– Quem pensa que a eleição presidencial será secundária em Santa Catarina, se engana. Eu não sei o que vai acontecer, mas sei que vou estar onde estiver a mudança – afirma o deputado pessebista.
O único definido na disputa pelo Senado é o deputado estadual Amauri Soares (PSOL). A partido vai oficializar seu nome, assim como o do vereador Afrânio Boppré para o governo, na convenção marcada para domingo.
– Essa indefinição dos grandes partidos está nos ajudando, da mesma forma que a percepção da população de que as outras candidaturas estão discutindo apenas os nomes – afirma.
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