
O que o início dos estudos sobre inteligência artificial, datados da década de 1950, e o entendimento das técnicas de Machine Learning e Deep Learning dos dias atuais têm em comum? Independente do momento histórico, o objetivo dos pesquisadores sempre esteve centrado em reproduzir (e superar) através da máquina, o funcionamento do cérebro humano.
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Já falamos aqui sobre a descoberta do poder da inteligência artificial por Alan Turing mas, até mesmo para Alan, o entendimento de como funciona o cérebro e o armazenamento das memórias para o ser-humano, foi um estágio inicial.
O cérebro humano tem em média 86 bilhões de neurônios (também conhecidos como células nervosas). Cada um deles pode ser conectado a mais de 10 mil outros neurônios, transmitindo sinais uns aos outros através de conexões bilionárias de até 1.000 trilhões, o equivalente, segundo algumas estimativas, a um computador com processador de 1 trilhão de bits por segundo.
As estimativas da capacidade de memória do cérebro humano variam enormemente de 1 a 1.000 terabytes (para comparação, os 19 milhões de volumes da Biblioteca do Congresso dos EUA representam cerca de 10 terabytes de dados).
Estas conexões entre um neurônio e outro são transmissões de informações dentro do nosso cérebro, que ocorrem, por exemplo, quando precisamos recuperar alguma memória durante uma conversa para contar algo que aconteceu conosco em outro momento. Esta recuperação de “dados” (conhecida por transmissão sináptica) é obtida usando uma combinação de produtos químicos e eletricidade; um processo natural, porém, complexo.
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Em contrapartida, um estudo publicado pela revista Nature Communications conta que através da inteligência artificial, já fomos capazes de potencializar a capacidade da memória do cérebro humano. Sim, os papéis se inverteram e foi a I.A. que contribuiu com os neurocientistas. O sistema utilizado pelos pesquisadores e que foi aplicado em 25 pacientes melhorou a capacidade dos pacientes recuperar as palavras em uma média de 15%.
Com tudo isso, já sabemos o quanto estas áreas (neurociência e inteligência artificial) estão fortemente ligados, não é mesmo?
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Sabe-se que não existe uma estrutura ou uma determinada área única do cérebro que reconhecidamente recebe e armazena informações, embora se acredite que o lobo temporal seja responsável pela memória dos eventos do passado. No mais, diversas estruturas cerebrais estão envolvidas com a aquisição e o processo de armazenamento dos dados.
Quando falamos da aplicação destes conhecimento na inteligência artificial o nível de entendimento também não é tão amplo, mas estamos avançando potencialmente após as descobertas recentes dos novos institutos.
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Certamente ainda falaremos muito sobre a memória humana e como a tecnologia e a neurociência podem construir juntas uma linha de estudos aplicável às duas áreas.
*Henrique Bilbao é diretor comercial da Ezok.