Reeleito para o cargo nas eleições passadas, o vereador Fabio Dalonso (PSD) já definiu a bandeira para o novo mandato. Ele pretende retomar a discussão sobre a construção de um reservatório de água em Joinville, pois considera essa questão prioridade para o futuro da cidade. Ex-presidente da Câmara no primeiro mandato e secretário de Habitação do governo Udo Döhler por dois anos no segundo, Dalonso diz que agora pretende atuar de maneira mais intensa nas comissões técnicas da casa e ampliar sua base de conhecimento que discute os problemas do município.
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Qual será o primeiro projeto que o senhor pretende colocar em prática neste início de mandato?
– Uma das primeiras ações que vou fazer neste mandato é resgatar a Carta de Joinville, que foi elaborada há cerca de dois anos durante um seminário que coordenei sobre a questão da água. Quero verificar os avanços que aconteceram nesse tempo e tentar dar agilidade aos assuntos. Defendo que Joinville precisa urgentemente pensar em construir um reservatório de água. Se tivermos uma estiagem de 45 dias, o que já aconteceu, faltará água em alguns bairros. Não temos reserva técnica. A sociedade tem a falsa impressão de que há água abundante em Joinville. Isso é cultural. Então, neste ano, o meu principal projeto será resgatar a carta do seminário. Temos de começar a fazer estudos para buscar outros mananciais, pois a sociedade está crescendo e não haverá maior produção de água por causa disso. Também precisamos combater as perdas. Hoje, 49,6% da água distribuída pela Cia. Águas de Joinville são desperdiçados. É um absurdo! Não podemos aceitar esse número, cruzar os braços e achar que é normal. Não é. Outro ponto importante é criar um mecanismo de melhor fiscalização e controle dos veículos que transportam produtos tóxicos pela Serra Dona Francisca. Se um caminhão com produto químico virar em algum ponto na descida para Joinville, teremos um colapso no abastecimento. Então, vou resgatar essa bandeira. É algo que não dá votos, mas que lá na frente será motivo de orgulho a meus filhos e netos.
Ao chegar ao terceiro mandato, o senhor acredita que essa experiência pode ser um diferencial na sua gestão?
– A experiência é um patrimônio que a gente adquire. Já fui presidente da Câmara, prefeito em exercício duas vezes, secretário municipal e agora chego ao terceiro mandato. A experiência conta muito, mas, apesar disso, a melhor fórmula do sucesso é a humildade. Ouvir as pessoas, o corpo técnico da casa, os eleitores. É o diferencial de quem ocupa um cargo legislativo.
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No ano passado, às vésperas das eleições, o senhor trocou o PSDB pelo PSD. Até que ponto isso influenciou na sua reeleição?
– Não consigo mensurar se houve perda ou ganho. Fatalmente, com a saída do PSDB, perdi alguns votos de filiados e simpatizantes, e quando cheguei ao PSD, conquistei outros. A mudança ocorreu porque eu, o Maurício (Peixer, que foi para o PR) e o Bisoni (Roberto, que também foi para o PR) fomos obrigados a deixar o PSDB. O presidente do partido (Cromácio José da Rosa), por várias oportunidades deixou claro que se não mudássemos, ele não nos daria legenda para disputar as eleições, o que aconteceu com o Sidney (Sabel, que estava no PP e não teve o nome relacionado para as eleições). Não tive opção. Foi uma pena, porque eu tinha ligação muito forte e vários amigos dentro do PSDB. Não saí feliz e tive de buscar um abrigo, um partido.
Na última legislatura, o senhor participou de várias comissões técnicas, como a de finanças, de participação popular e proteção civil. O senhor pretende transitar em outras neste ano?
– Apesar de estar no terceiro mandato, não tive muita experiência nas comissões. No primeiro mandato, de 2004 a 2008, fui vice-presidente e presidente da Câmara e não participei. No segundo mandato, nos dois primeiros anos, fui secretário do governo Udo. Só nos últimos dois anos participei das comissões. Então, quero tentar participar de outras comissões para ampliar o leque de conhecimento.
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Houve uma renovação significativa na composição da Câmara em 2016. Como o senhor avalia os resultados das urnas?
– Foi uma onda que pegou. Se fosse eleição para deputado estadual e federal, ocorreria o mesmo. O sentimento de renovação por parte da sociedade estava muito claro e acabou tirando alguns vereadores da Câmara. Agora, os que chegaram é porque tiveram méritos, seja por experiência de vida, ação na comunidade, ação empresarial ou experiência política. Daqui para frente, vai depender muito da atuação deles. Se eu pudesse deixar um recado, diria que a humildade, a simplicidade, sem ser subserviente, o respeito com os pares, com os quadros da casa, ouvir o eleitor e estar aberto para as críticas, tudo isso ajuda muito no desempenho.
O que o eleitor pode esperar do senhor neste novo mandato?
– Vou honrar os compromissos e as bandeiras de campanha, com muita determinação e empenho. As portas do meu gabinete estarão sempre abertas, procurando olhar para a cidade. Tem uma frase que costumo dizer: “O verdadeiro político não é aquele que pensa na próxima eleição, mas na próxima geração”.
Perfil
Nome: Fabio Alexandre Dalonso.
Local de nascimento: Joinville.
Idade: 43 anos.
Estado civil: casado.
Filhos: Iara, 11 anos, e Victor, nove anos.
Grau de instrução: superior completo.
Formação: ciências econômicas.
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* O colunista Jefferson Saavedra está de férias e volta a escrever neste espaço no dia 9 de fevereiro. Sugestões de notas e reportagens no período de ausência do colunista podem ser enviadas para o jornalista Jean Balbinotti pelo e-mail jean.balbinotti@an.com.br ou pelo telefone (47) 3419-2147.
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