“A mando lá de dentro da cadeia”, diz mulher que teve casa incendiada em Joinville

Um incêndio no bairro Comasa, zona Leste de Joinville, na manhã desta quarta-feira mobilizou os Bombeiros Voluntários de Joinville e até o canil da Polícia Militar. A moradora acusa o ex-marido, que está preso, de ter mandado dois homens em sua casa para matá-la. A primeira suspeita dos bombeiros é de curto-circuito.

A mulher conta que por volta das 10 horas foi acordada por dois homens que chegaram em sua casa de motocicleta. Ela conta que eles falavam pelo celular com seu ex-marido, preso na Penitenciária Industrial. Para ela, não há dúvidas, foi “a mando lá de dentro da cadeia”.

– Cortou a mangueira (do botijão de gás), acendeu o isqueiro e começou o fogo. Só deu tempo de pular a janela. Eu pedi socorro, só isso – disse a mulher, que afirmou não conhecer nenhum dos dois. Ela conta que o ex-marido queria que eles a matassem, mas os homens responderam que faziam parte de uma facção, que seriam cobrados por isso e que só dariam um susto nela.

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Para o subcomandante do Corpo de Bombeiros Jackson Roberto Jasper, a suspeita inicial é de curto-circuito. Foram utilizados 10 mil litros de água para conter as chamas.

A casa que a mulher mora é uma casa-mista e ela mora nos fundos do terreno. A moradora da casa da frente, que também foi atingida pelas chamas, foi quem atendeu os dois homens. Ela conta que ouviu o ex-marido, no viva-voz do celular:

– Ele falou: “mete bala”. Eu ouvi ele na linha falando – disse. Conforme o relato da mulher, o ex-marido foi preso há dois anos pelo crime de assalto.

Ela conta que há um mês se separou do marido e parou de o visitar e que esse seria o motivo para ele ter mandado os dois homens em sua casa, onde mora há três meses. O ex-marido não chegou a morar com ela no local. Ela divide o aluguel com uma colega que não estava no local na hora do incêndio.

Mais de 40% das mulheres mortas em Joinville são vítimas de crimes passionais

Segundo a Polícia Militar, que esteve no local,o ex-marido da mulher tem passagens pelos crimes de furto, roubo, posse e tráfico de drogas. Os policiais foram até o local pois um rádio de comunicação foi encontrado. Um cão farejador do canil também esteve na residência, segundo a PM, por causa da suspeita de drogas.

– Ele falou que ia transformar a minha vida num inferno, me ameaçou. Ele vai me matar. Eu não posso fazer nada. Eu não queria envolver a Polícia. É a minha vida que está em jogo. Eu tenho dois filhos pequenos, do meu primeiro casamento, que precisam de mim, um menino de cinco anos e uma menina de 10. Agora, tu imagina se meus filhos estivessem dentro da minha casa – lamentou a mulher.

A versão contada por ela também foi relatada aos policiais em boletim de ocorrência, conforme orientação da Polícia Civil, que deve investigar o caso.