A subprocuradora-geral de Justiça Walkyria Danielski revelou na tarde desta sexta-feira, em Florianópolis, os principais resultados da Operação Águas Limpas, ação que culminou com a prisão do prefeito de Lages, na Serra, Elizeu Mattos (PMDB).
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Confira os principais trechos da entrevista:
Quantas pessoas estão envolvidas e por quais crimes?
Walkyria Danielski – Foram 10 pessoas acusadas de formação de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, dispensa indevida de licitação, fraude em licitação e advocacia administrativa.
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Quais os próximos passos da investigação e em relação aos envolvidos?
Walkyria Danielski – Em relação à investigação temos a deflagração dos prazos das defesas preliminares e a partir daí a manifestação do Tribunal de Justiça do recebimento ou não da denúncia. Uma vez sendo recebida tem o prosseguimento normal da instrução com produção plena de provas mediante contraditório, ampla defesa, ouvir testemunhas até o julgamento final pelo Tribunal de Justiça.
Quais as provas sobre o prefeito de Lages preso?
Walkyria Danielski – O detalhamento das provas hoje não é possível em face do sigilo pelo Tribunal de Justiça.
De que forma agia a quadrilha?
Walkyria Danielski – Podemos fazer isso de forma geral, o que houve foi uma combinação, um ajuste prévio, para que essa empresa (Viaplan) passasse a desempenhar esses serviços na Semasa de Lages com o posterior pagamento de propinas a vários servidores públicos daquela municipalidade. Esses pagamentos eram mensais, embora ocasionalmente tenhamos alguns pagamentos pontuais em relação a alguns dos denunciados.
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O montante maior era para o prefeito?
Walkyria Danielski – Pelo que foi apurado na investigação sim, a maior parte era destinada ao prefeito Elizeu.
O que mais chamou a atenção durante a investigação?
Walkyria Danielski – Sem dúvida nenhuma a proporção desses pagamentos de propina em face do pagamento total do valor total do contrato que girava em torno de 20%, que é bem maior ao que a gente tem visto em casos dessa similitude.
Houve delação premiada?
Walkyria Danielski – Sim. Temos um acordo de colaboração premiada, mas os detalhes a respeito ainda são sigilosos até o recebimento da denúncia.
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Além do prefeito outros servidores receberam dinheiro?
Walkyria Danielski – Sim. Temos indicativo do recebimento pelo secretário (da Semasa) e por outros dois servidores, além do motorista, em valores menores evidentemente.
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