Foi o amor por uma brasileira que fez o norte-americano Jeffrey Hoff trocar a agitada Nova York pela Ilha de Santa Catarina. O jornalista chegou no início dos anos 1980 e foi morar na Lagoa da Conceição. Se apaixonou pelo lugar, mas logo percebeu que o paraíso estava ameaçado pela falta de políticas públicas que garantissem desenvolvimento aliado à preservação do meio ambiente. Foi então que ele criou o jornal Folha da Lagoa. A ideia era ser um canal de comunicação entre os moradores do bairro.
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O jornal durou apenas um ano, mas o envolvimento de Jeffrey com as questões do bairro dura até hoje. Ele é representante da Lagoa da Conceição no núcleo gestor do plano diretor de Florianópolis e acredita que a participação dos moradores para cobrar mudanças das autoridades é fundamental. Uma das conquistas apontadas por ele, na tentativa de conter a especulação imobiliária, foi a aprovação em 2002, na Câmara Municipal, da lei que permite que os prédios construídos tenham no máximo dois andares.
– Se não houvesse essa limitação, teríamos prédios enormes, isso iria acabar com a Lagoa. Quando a população aumenta é preciso pensar como ocupar o lugar – disse.
Coleta e tratamento de esgoto, segundo Jeffrey, é um problema ainda não resolvido:
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– A situação melhorou nos últimos 10 anos, mas ainda é preciso ampliar o sistema.
Se nas águas a preocupação é com a poluição e o esgoto, em terra, o trânsito é motivo de muito estresse. Semanalmente, Jeffrey e outros membros da comunidade se reúnem com representantes do município para discutir o futuro da Lagoa da Conceição. Nos 286 anos de Florianópolis, será apresentado o novo plano diretor. Jeffrey espera que seja mais uma oportunidade para avaliar as propostas e, junto com a comunidade, decidir o que é melhor para a Lagoa.