O fantasma de 2010 assombra ainda os franceses. A crise interna exposta ao mundo entre jogadores e o técnico Raymond Domenech foi pauta da entrevista coletiva deste sábado.

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O técnico Didier Deschamps e o capitão e goleiro Hugo Lloris foram bombardeados com questionamentos sobre o tema. Era nítida a angústia dos jornalistas franceses em se certificar de que, quatro anos depois, tudo estava diferente no ambiente da seleção.

Para refrescar sua memória, durante a Copa de 2010 Domenech e os jogadores romperam diante do mundo. O grupo criticava os métodos do técnico, o centroavante Anelka o mandou longe no intervalo do jogo contra o México, o segundo naquela Copa, e foi desligado da delegação.

O lateral-esquerdo Evra e o preparador físico só não trocaram socos pela intervenção dos companheiros. Em protesto, os jogadores boicotaram um treino. Com tanta confusão e lama, a França ingressa nesta Copa com um grupo renovado e com a missão de resgatar sua imagem.

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O ciclo 2014 começou com Blanc, zagueiro e líder de 1998, e segue com Deschamps. Mesmo com desconforto, o técnico e o capitão não se furtaram de responder aos repórteres sobre o tema. A segunda pergunta para Lloris foi direta:

– Ouve-se sobre o bom clima na seleção. O que está diferente de 2010?

– Nao estou aqui para fazer comparação entre Copas ou gerações. Certo é que estamoa bem entrosados, sentimos isso no gramado, há boa qualidade nos treinos. O importante é o sucesso da França. O equilíbrio de uma seleção é frágil, temos que estar atentos em manter o foco na vitória e nos desempenhos – disse o goleiro.

Um repórter estrangeiro, em inglês, indagou Deschamps sobre os regimes diferentes desta Copa e o adotado por Domenech na África do sul. Sem usar os fones, Deschamps disse não ter entedido toda a pergunta e ouvido a palavra África do Sul. O semblante ficou sério, e ele acelerou:

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– Não entendi direito, mas ouvi a palavra Áfrida do Sul. Isso foi há quatro anos. A palavra reputação tem a ver com o que foi feito dentro de campo.

Deschamps, de fato, enterrou 2010 em campo. A seleção foi renovada. Surgiram nomes de valor, como os zagueiros Sakho, do Liverpool, e Varane, do Real Madrid, e o volante Pogba, da Juventus, eleito melhor jogador jovem da Europa em 2013. Benzema, do Real, desponta como referência.

São apenas quatro remanescentes da Copa de 2010 – Lloris, Evra, um dos expeontes da crise, Valbuena e Sagna. Seriam cinco se Ribéry tivesse superado a lesão nas costas. Mas acabou cortado.

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Um repórter questionou o técncio sobre declarações do médico do Bayern de Munique e do próprio Ribéry de que poderia se recuperar a tempo de jogar nesta Copa. Escaldado contra crises, Deschamps foi curto como seus passes na saída de bola nos tempos de jogador:

– Não vou falar de quem não está aqui.

Qualquer tema que dê pano para a manga é evitado pelos franceses. Mesmo que eles sejam craques na alta costura – e, convenhamos, tenham mostrado em 2010 que gostam de um barraco.

Veja fotos do treino da França no Beira-Rio: