O Capital Inicial não era a banda mais forte de seu tempo, mas provou ser a mais preparada para sobreviver. Ao contrário de seus contemporâneos, reféns do passado a canibalizar a própria história, o grupo de Brasília segue se adaptando para conquistar as novas gerações e manter-se relevante. O recém-lançado Viva a Revolução é mais uma prova disso.

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Sucessor de Saturno (2012) e lançado em formato de EP, Viva a Revolução é um conjunto de rocks (ora mais pesados, ora mais melódicos) que exaltam as idiossincrasias e os dilemas da juventude.

As letras foram compostas por Dinho Ouro Preto e Alvin L (decano colaborador do Capital) e falam direto com uma audiência ainda dominada pelos hormônios, que não sabe o que quer (Não Tenho Nome), não sabe quem é (Coração Vazio), sente uma opressão quase existencial (Bom Dia Mundo Cruel, Melhor do que Ontem) e busca desesperadamente um lugar no mundo (Viva a Revolução, Tarde Demais).

Para se aproximar ainda mais do seu público-alvo, o Capital chamou os rappers cariocas do ConeCrewDiretoria para a faixa título – composta e executada em desnecessária levada nu metal – e o ex-guitarrista do Charlie Brown Jr., Thiago Castanho, para a música Coração Vazio.

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Não vai mudar os rumos da música brasileira, mas mantém o Capital no jogo.