10 e 11 de agosto de 2013:
A janela do ateliê é o meu melhor cinema. Olho para baixo e vejo meu jardim de temperos que plantei em cima da marquise da loja abaixo. Vejo filmes com tomates, alecrim, basilico, louro e outros enredos românticos. Para minha panela cinemascope e em cores.
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Em dia de sol, com guarda-chuva caminhei. Econômico que sou, toda a chuva guardei.
Devo à minha querida mãe a fina educação. Bons modos, simpatia e respeito ao próximo. Não xingar, não falar palavrões, gritar etc. etc. Apenas discretamente e com classe, deixar transparecer os seus sentimentos.
Outras vezes muda os roteiros por causa das estações. Filmes intimistas em frente da lareira. Personagens com luvas forradas segurando cálices de cristais com vinhos delicados encorpados. Cachecóis de lã grossa que acariciam a pele do meu pescoço fi no. Na imagem, muito mais olhares do que palavras. Filme em preto e branco no silêncio da neve.
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Cada um com suas manias. Gosto de passar as tardes no aeroporto, rodoviária ou estação de trem, abanando adeus para pessoas que nunca vi. Dando assim a certeza de que nunca mais as verei.