No século XX, a medicina evoluiu como nunca antes na história da humanidade. Vários fatores ajudaram nessa melhora, desde avanços tecnológicos até o desenvolvimento de vacinas e a necessidade de atender pessoas vindas de zonas de guerra. Mas, com certeza, o principal deles foi a criação da penicilina, que mudou para melhor o tratamento de doenças bacterianas em seres humanos.
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Confira a história do desenvolvimento dos antibióticos, desde a descoberta de Alexander Flemming até o cenário atual de bactérias resistentes aos remédios.
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Criação da penicilina
De acordo com a Sociedade Americana de Química, esse composto foi desenvolvido pelo britânico Alexander Fleming em um hospital de Londres no ano de 1928. De forma geral, os antibióticos são compostos produzidos por bactérias e fungos capazes de inibir bactérias prejudiciais. A partir deste conhecimento, Fleming pôs partes da bactéria Staphylococcus em uma placa de laboratório.
Posteriormente, ele notou a criação de mofo nessa placa — que conseguiu inibir a bactéria de aparecer naquela região. Assim que Alexander percebeu o que estava acontecendo em seu experimento, o químico britânico fez outros testes e realizou que o composto que causou essa diminuição na bactéria foi o nitrato de penicilina.
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Estudos transformaram a penicilina em medicamento
Cerca de uma década depois da descoberta da penicilina por Fleming, um grupo de estudos da Universidade de Oxford passou a desenvolver o composto como medicamento.
No início dos trabalhos, em 1939, os pesquisadores precisavam de mais de 500 litros de mofo filtrado por semana. A quantidade era tanta que eles usavam diferentes recipientes para produzir o mofo, como banheiras, penicos, latas de comida e garrafas de leite. Posteriormente, foi criado um recipiente específico para criar esse mofo.
Nesse período, jovens chamadas de “garotas da penicilina” foram contratadas para monitorar o mofo. De certo modo, a Sociedade Americana de Química aponta que o laboratório em Oxford virou uma fábrica de penicilina. Em humanos, o primeiro teste foi feito em fevereiro de 1941, em um policial que tinha uma infecção potencialmente letal por uma ferida.
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Enquanto foi tratado com penicilina houve uma rápida evolução, mas quando o insumo ficou escasso, o paciente piorou e morreu dias depois.
Dificuldades de produção na 2ª guerra
Os trabalhos para desenvolver um medicamento como a penicilina começaram meses antes do início da Segunda Guerra Mundial. Havia, então, um interesse por parte dos cientistas de desenvolvê-la rapidamente para tratar soldados feridos nas batalhas. Porém, como ressalta a Sociedade Americana de Química, era difícil para a equipe de Oxford desenvolver a penicilina no Reino Unido à época.
Isso porque a indústria química estava centrada no esforço de guerra. Assim, eles foram levados para os Estados Unidos, distante do epicentro da guerra, para produzir esse medicamento com mais tranquilidade. De acordo com o CDC, o Centro de Controle de Doenças Americano, o governo estadunidense tomou conta da produção de penicilina.
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Por fim, o aparato de uma potência e a confiança de que aquilo funcionava fez com que a oferta do antibiótico crescesse exponencialmente. Se em 1942 havia quantidade para 100 pacientes, em 1943 já havia o suficiente para suprir a demanda das forças aliadas na Segunda Guerra.
Antes e depois do antibiótico
O antibiótico teve uma importância fundamental na redução da mortalidade. Anteriormente a sua existência, praticamente não havia tratamento para doenças bacterianas. E logo isso trouxe resultado. Segundo o National Bureau of Economic Research, o número de mortes por causas sensíveis aos antibióticos diminuiu para 0.3 por milhão, 58% a menos se comparado a dados de 1947.
Resistência de bactérias aos antibióticos
Os antibióticos tiveram, e ainda têm, muita importância para o tratamento de milhões de pacientes ao redor do mundo. Mas, ultimamente, a ciência tem se preocupado com outra questão: o surgimento das superbactérias, resistentes aos antibióticos. Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), os quadros de infecções resistentes causaram, só em 2019, 1,27 milhão de mortes no mundo todo.
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Além disso, o cenário representa um risco de retrocesso na medicina, tornando infecções e procedimentos que hoje são simples em algo arriscado.
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