A gestão estratégica e a inovação foram temas que nortearam um encontro entre empresários durante o Comitê Temático de Inovação, que ocorreu nesta quinta-feira no Senac do bairro Prainha, em Florianópolis. O evento, promovido pelo Movimento Catarinense pela Excelência, orientou e instruiu os participantes por meio de palestras e também de workshops. Entre as temáticas que integraram a programação estava a explicação e instruções de como implantar a ferramenta Objective and Keys Results (OKRs) nas empresas.

Continua depois da publicidade

Criada pela Intel na década de 1990 e amplamente difundida pelo Google nos anos 2000, a ferramenta também pode ser considerada um método, que incentiva o engajamento e alinhamento das metas da empresa. O professor de empreendedorismo do Senac Florianópolis, Thiago Marques, que palestrou sobre o uso da ferramenta durante o comitê, salienta que o método não opera a partir de softwares e também não precisa ser comprado, mas sim implementado.

— A ideia é traçar os objetivos estratégicos da empresa e, ao mesmo tempo, demonstrar indicadores medíveis de resultados que vão mostrar se a empresa está chegando onde quer. O que diferencia essa ferramenta de outras é que ela é colaborativa, não é um processo de cima para baixo e atinge todos os níveis da organização. É o próprio colaborador quem define as estratégias e os resultados que devem vir dali — detalha Marques.

Para o presidente do ExcelênciaSC, Roberto Zardo, hoje não é possível que uma empresa consiga ser inovadora sem que isso esteja diretamente ligado ao planejamento estratégico, que é o que propõe a OKRs. Zardo ainda reforça que a inovação precisa fazer parte da estratégia das instituições, tanto públicas como privadas:

— Tem organizações que primam, no seu planejamento, investir e capacitar pessoas para a inovação seja parte da estratégia da instituição. É diferente, então, de alguém que manda um funcionário fazer um curso de inovação. Será algo pontual, que pode até dar resultado, mas não é algo que vai permear. Isso ocorre porque, quando essa pessoa voltar do curso e querer colocar as ideias em prática, o ambiente não será propício. Não teve planejamento e ficou, no fim, uma coisa solta.

Continua depois da publicidade

Apesar das possibilidades tecnológicas no setor da inovação, Zardo defende que isso seja como um cultura nas empresas. Para ele, não é necessário que as organizações criem um departamento específico para inovação, mas sim que consiga engajar os colaboradores na busca e aplicação de ideias práticas que melhorem não só a rentabilidade, sustentabilidade e atendimento das empresas privadas, mas também, no caso de organizações públicas, o bem estar da população.

— A inovação, quanto menos complicada, melhor. Não há necessidade de ter algo sofisticado. Um exemplo disso, talvez, dentro de uma organização privada, é a criação do post-it da empresa 3M. Ele surgiu de uma cola que não colava. Já na área pública, tenho como exemplo o Poupa Tempo, que conheci lá em São Paulo. Ele reúne vários serviços em um só lugar — exemplifica Zardo.

Leia mais notícias do projeto Gestão de Valor.