Depois das três fases da revolução industrial, a primeira no final no século 18, a segunda quase um século depois e a terceira a partir do advento dos sistemas digitais e da internet, estamos vivendo no limiar de uma nova onda: a da indústria criativa. Liderando missão técnica da ACAFE ao Reino Unido no início de junho, tivemos a oportunidade de ver a profusão de pesquisas e negócios gerados por esse novo paradigma produtivo. Na sublimação de um processo iniciado há três séculos, esta indústria não foca a manufatura de produtos. É a abstrata criatividade, associada à arte, ao design e às tecnologias da informação, que tende a dominar os processos produtivos no futuro.
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As empresas de lá sabem disso e elegeram os centros de saber como parceiros dessa nova revolução. Em vez do chão de fábrica, é nas universidades e institutos de pesquisa onde germinam as inovações do futuro. O investimento em pesquisa aplicada é invejável, como pudemos constatar no Trinity College Dublin, uma instituição de quatro séculos que, em 2012, garantiu 65,2 milhões de libras para pesquisa. Foi lá que, recebidos pelo professor associado da instituição, o brasileiro Mauro Ferreira, pudemos avançar nas tratativas para novos protocolos de intercâmbio para a graduação e pós-graduação.
No roteiro de visitas técnicas, conhecemos também o Atholene Institute of Technology, a University College Dublin, a Dublin Institute of Technology – DIT, o Institute of Technology Blanchardstown – ITB e a University of Limerick. Em todos eles, é possível perceber a vitalidade desse modelo acadêmico e como ele está vocacionado para essa nova modalidade industrial, apoiada na criatividade como geradora de inovação e novos negócios.
A viagem, que incluiu passagem pela não menos célebre e centenária University of Cambridge, em encontros assessorados pela Embaixada Brasileira, confirmou que a Univali e instituições congêneres estão no caminho certo ao investir no seu processo de internacionalização, oportunizando, entre outras, experiências em instituições que podem compartilhar, via projetos comuns, um modelo acadêmico que aproxime a iniciativa privada das universidades, capazes, sim, de responder à crescente demanda por novas ideias que, ao transformarem a rotina humana, convertem-se em fonte de soluções criativas para a sociedade e de caminho sustentável para a economia.
Por Mário Cesar dos Santos, reitor da Univali
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