A chamada Lei de Cotas (nº 8.213, de 24 de julho de 1991) completa 25 anos de sanção em julho. Muita coisa mudou, desde então, mas muito ainda há a mudar. Mesmo existindo desde 1991, a lei foi regulamentada apenas nove anos depois, aprofundando questões como as deficiências inseridas (física, visual, auditiva, intelectual e múltipla) e as obrigações dos contratantes.
Continua depois da publicidade
:: Leia mais sobre negócios e gestão em Negócios & Cia
Pela lei, empresas com cem funcionários devem ter entre seus trabalhadores 2% de deficientes. Esse índice aumenta conforme o quadro de trabalhadores, chegando a 5% para empresas com mais de mil funcionários. A regra vale para todos – não importa o segmento ou área de atuação. Entende-se que sempre vai haver uma função que possa ser exercida por alguém com necessidades especiais.
Segundo dados do IBGE, 6,5% dos brasileiros têm algum tipo de deficiência. Então, há milhões de pessoas nessa situação. Nada mais justo que uma lei para protegê-las e auxiliá-las. Afinal, o mercado de trabalho está difícil para todos.
Tenho visto ao longo de minha vida profissional a importância de o empresariado estar atento a essas questões. Mais do que seguir a lei, é relevante ter um papel social, ajudar a minimizar o preconceito e incentivar a inclusão.
Continua depois da publicidade
Tive experiências em empresas onde trabalhei em que a presença de colaboradores com deficiência fazia com que os outros funcionários se sentissem mais orgulhosos e participativos. Por isso, posso dizer que a convivência com as pessoas que trabalham superando alguma dificuldade física ou mental aumenta a produtividade como um todo.
É como se aqueles que não apresentam deficiência adquirissem uma nova perspectiva, um novo olhar sobre o que pode e precisa ser feito. Mas não basta contratar a pessoa com deficiência. É preciso oferecer um ambiente de trabalho receptivo e condições adequadas.
O indicado é que os departamentos de RH preparem os demais funcionários para receber e conviver com essas pessoas. Treinamentos, dinâmicas de grupo e instruções claras podem ajudar. O tratamento com colegas deficientes deve ser respeitoso, mas sem condescendência. Todos estão ali para produzir e essa produção deve ser cobrada e reconhecida, independentemente da condição.