
O cenário do ambiente corporativo está em constante transição, novos contornos surgem e diversas áreas passam por profundas transformações. Os anseios em relação ao trabalho são uma parte dessas mudanças, assim como a aproximação entre líderes e liderados. E não são as tecnologias as responsáveis pelas renovações, elas podem ser meios e acelerar processos, mas é a comunicação que entra como ponto chave.
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Hoje as pessoas buscam ter líderes que possam servir como inspiração. Se pedirmos para pessoas boas trabalharem dentro de uma cultura ruim, onde líderes optam por uma comunicação agressiva e não abrem mão do controle da sua equipe, as chances de que o resultado seja ruim tendem a aumentar. As pessoas ficarão mais preocupadas em seguir regras por medo de terem problemas, do que em fazer o que precisa ser feito. Por isso, é importante termos a consciência do tipo de liderança que estamos construindo, mesmo sob os problemas e pressões da rotina.
Li recentemente uma pesquisa da Siteware sobre engajamento no trabalho que nos desperta algumas considerações: 89% dos empregadores acham que os funcionários só se demitem por salário. Por outro lado, foi afirmado que apenas 12% dos empregados mudam de emprego por salário e 75% deles saem dele por causa dos chefes.
A relação interpessoal é um dos grandes desafios de qualquer profissional, mas deve ser levada em consideração antes do resultado econômico. Se as pessoas de uma empresa se sentirem confiantes umas com as outras, elas vão trabalhar em conjunto e desenvolver ações que nenhuma delas conseguiria desempenhar sozinha.
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Um líder deve estar focado não só na comunicação empresarial, mas também à maneira como se dirige aos liderados de seu negócio. A forma de se relacionar pode comprometer o desempenho do time e os resultados organizacionais – e isso ocorre principalmente quando há uma comunicação agressiva.
Uma das coisas que transformaram minha visão foi ler o livro “Comunicação Não Violenta – Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais”, do psicólogo norte-americano Marshall B. Rosenberg. Criada na década de 60, a dinâmica da CNV mostra que todo comportamento é uma tentativa de satisfazer necessidades humanas universais. Ela é pautada pela desconstrução do discurso agressivo, pelo qual as pessoas atuam baseadas em “estratégias” para querer convencer e vencer. O objetivo é trazer o diálogo das estratégias para as necessidades, comuns a todos nós.
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Um líder que se comunica melhor com sua equipe tem maiores chances de crescer junto à ela e a comunicação não violenta é umas das ferramentas que pode ajudar nesse caminho. Não é uma fórmula mágica, mas um método eficaz que exige a dedicação diária de cada um.
Sem dúvida, o mundo corporativo continuará com uma pressão violenta por resultados como sempre teve, característico de qualquer negócio. Mas acredito que uma gestão humana proporciona resultados essencialmente melhores do que quando tratamos pessoas apenas como números.
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*Alexandre Souza é gestor do Startup SC, do Sebrae SC