Carlos Rodolfo Schneider

Coordenador do Movimento Brasil Eficiente (MBE)

Como todo empresário sabe muito bem, produtividade é palavra-chave para o crescimento. O aumento da produtividade do trabalho, afirma o ex-ministro Delfim Netto, apoiador do Movimento Brasil Eficiente (MBE), “depende, fundamentalmente, do aumento do capital físico (estradas, portos, energia, equipamentos produtivos, comunicação, tecnologia) posto à disposição de cada trabalhador, que precisa ter qualificação adequada para operá-lo”.

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Basicamente, depende de aumento de investimentos, que por sua vez depende do lucro das empresas e da renda disponível, que mantêm uma correlação negativa com a elevação do peso dos tributos.

O MBE conclui que cada ponto percentual a mais na carga tributária compromete meio ponto na taxa de produtividade total dos fatores (PTF), assim reduzindo o PIB potencial. No período 2002-2011, esta taxa caiu 4,59% no Brasil, contra um crescimento de 21,04% na Coreia do Sul, de 25,75% na Índia e de 35,21% na China.

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Relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta que, ao contrário da China, onde a produtividade do trabalho é elevada e cresce tanto na indústria quanto no setor de serviços (10% ao ano), no Brasil, na última década, ela caiu na indústria e estagnou no setor de serviços, gerando perda de competitividade da economia.

O documento atribui o nosso problema ao alto custo da burocracia, dos impostos e do comércio internacional no País. Segundo a OCDE, quase 70% dos lucros vão para o pagamento de impostos, a mais alta taxa entre os emergentes e mesmo entre países desenvolvidos como Alemanha e EUA, nos quais fica abaixo de 50%.

Se por um lado os investimentos no Brasil estão estagnados na casa dos 18% do PIB, a taxa de investimento da União vem caindo (excluindo o Programa Minha Casa, Minha Vida) e se encontra em torno de 1%, apesar do aumento dos impostos, que vêm sendo destinados ao aumento das despesas.

Isso explica em grande parte por que o Brasil caiu mais quatro posições, para o 54º lugar, entre as 60 nações avaliadas no índice de competitividade de 2014 do Institute for Management Development (IMD).

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Nos últimos quatro anos, já perdemos 16 posições. As principais razões apontadas para o nosso fraco desempenho são baixa produtividade; ineficiência do governo (58º lugar), com destaque para burocracia, alta carga tributária, legislação trabalhista e sistema regulatório defasados; e corrupção.

Recomenda-se que a redução do custo de se fazer negócios no Brasil deveria ser prioridade do governo, para manter e ampliar as conquistas sociais.