O hilariante é que Florianópolis enfrenta o drama da escassez de água potável há mais de duas décadas e a Casan insiste em querer também ser vítima. A entrevista do presidente da Casan, Dalírio Beber, embebecido de arrogância e insipidez, além do vazio na argumentação, justificaria apenas a sua exoneração.
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A presença de turistas apenas agravou a escassez. Bairros de Florianópolis reclamam, nas quatro estações do ano, da precariedade do fornecimento de água, que tem sido pautas permanentes à mídia. A Casan habituou-se a empurrar com a barriga o problema com a conivência da prefeitura, que até agora não soube se impor diante das exigências contratuais.
A argumentação simplória do presidente da Casan, frívolo na arguição de que seu diretor trabalhou ao invés de beber champanhe no dia 31, reflete, sobretudo, a fragilidade de uma empresa que em pleno terceiro milênio ainda se caracteriza como uma organização político-partidária. Como não interessa ao governo profissionalizá-la, para não se privar de um instrumento eleitoral, caberia à Assembleia Legislativa a iniciativa de assegurar à Casan uma estrutura proficiente, sustentada só na competência técnica.
Não se trata da obsessão por lucro, como defendem alguns inquilinos do governo. Não! Ela é uma organização que tem a missão de estender a eficiência em uma área que não pode fugir ao controle do estado. O governo estadual parece um arquipélago. Enquanto a Santur capta turistas no Brasil e exterior, a Casan e Celesc atribuem ao excessivo número de visitantes a causa do velho refrão: de dia falta água e de noite falta luz, enquanto a prefeitura da Capital vive em clima de êxtase, exibindo o título de a cidade mais atraente.
O Deinfra duplica a SC-401 e deixa para depois um grave problema: o trevo de Canasvieiras. A PM e Guarda Municipal ignoram os engarrafamentos, como se não pudessem ajudar a minimizar o drama. Enfim, a cidade sofre com a omissão e incompetência do poder público.
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