A posse da Comissão da Verdade, realizada no final da manhã desta quarta-feira no Palácio do Planalto, em Brasília, foi marcada por emoção e declarações fortes da presidente da República, Dilma Rousseff. Uma das combatentes da ditadura militar, que perdurou entre 1964 e 1985 no Brasil, Dilma afirmou que o Brasil “não pode se furtar de conhecer a totalidade de sua história”.

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Comissão nasce em meio a polêmicas e com a presença de ex-presidentes

– O Brasil merece a verdade. A ignorância da história não pacifica, mas mantém mágoas e intolerância. A verdade de fato não morre por ter sido escondida – disse a presidente, citando Ulysses Guimarães.

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Com a presença dos sete integrantes da comissão e de ex-presidentes como Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso Fernando Collor e José Sarney, Dilma observou que a instalação da equipe não é movida pelo revanchismo ou ódio, mas “pela necessidade de conhecer a verdade, sem vetos e sem proibição”. Ela explicou que foram convocados homens e mulheres que se “identificam com a democracia”.

– Me alegra estar acompanhada por todos os presidentes que me antecederam nos 28 anos de regime democrático – comemorou a mandatária.

Para um dos membros da comissão, o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias, a instalação da Comissão da Verdade é “um passo relevante para a consolidação da democracia no país”.

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– Dilma marca seu governo com coragem de revelar um período sombrio da história sem caráter de revanchismo – salientou Dias.

A Comissão da Verdade começa agora a apurar as violações dos direitos humanos entre 1946 e 1988. Os participantes terão dois anos para analisar todos os casos de interesse e devem entregar um relatório final com as observações da investigação.