Quem está permanentemente buscando uma afirmação no futebol brasileiro, clama para todos os santos. E a cada fim de semana o apelo é um só: a presença do torcedor. Claro, sem ele não chegaremos a lugar nenhum. Desde que me conheço por gente, o nosso futebol depende exclusivamente da torcida. Mas não é assim em todos os lugares? Não. Nos centros mais adiantados, o torcedor vai atrás do seu time, enquanto por aqui nós vamos atrás da torcida, implorando pelo seu apoio. A diferença é que os torcedores dos grandes clubes morrem por eles, enquanto que nós morremos para ter a torcida nos estádios. Está na hora de acreditarmos nos clubes de nossa terra e reverter o quadro. Profissionalismo? O tema é amplo e a pergunta que se faz é: “Nosso futebol é profissional?”. Ouso dizer que não, a partir da formação dos nossos dirigentes, que ainda são amadores. Um exemplo? Na última quinta-feira tivemos uma demonstração disso quando o Avaí demosntrou um amadorismo atroz, escondendo o nome do seu novo contratado até a hora em que ele desembarcou no aeroporto. Puro amadorismo. Medo de quem? Quando se diz que o Avaí é um time de dono, não há erro. Os dirigentes têm seus preferidos na imprensa e, o que é pior, têm medo de alguns que, sob alcunha de serem torcedores, exercem influência terrível dentro do clube. Ninguém faz nada, com medo de um certo segmento. E o presidente faz o jogo anti-Avaí. A solução Simples, presidente Félix: chama os setoristas, ou a imprensa em geral, e anuncia. “Fulano de tal chega a tantas horas” e ponto final. Mas o medo impede o procedimento profissional. Começa, então, o conhecido jogo: “Se eu falar, fulano não vai gostar. Sicrano vai tocar o pau. O outro vai ficar contra nós”. Impressionante como o amadorismo ronda a Ressacada, o que me faz concluir que definitivamente o Avaí é um time de dono, lamentavelmente, muito parecido com o outro. Flávio Félix argumenta que já perdeu jogador por antecipar o nome. Lamentavelmente chegam a ligar para o atleta contando mil histórias. Puro amadorismo. A fita Algum presidente de federação de futebol do Brasil que participou da reunião de apoio a Ricardo Teixeira no Rio deu uma de Marcelinho Carioca. Gravou o encontro. Alguns trechos foram colocados no ar pela Rádio Gaúcha e CBN/Diário. Confessam que, se o relatório da CPI for aprovado, não vai prestar. É de arrepiar. Tropa de choque Em Brasília, está em campo a famosa bancada da bola, articulando contra o relatório do senador Geraldo Althoff. Consta que ele não será aprovado para salvar a CBF e seus dirigentes. Se isso acontecer, a CPI enviará o relatório ao Ministério Público. Constituição O ministro Carlos Melles pediu ontem à Advogacia Geral da União que examine a possibilidade de uma intervenção na CBF. Só existe uma chance de isso acontecer e a coluna já se referiu ao assunto na semana passada. O artigo 216 da Constituição do país, que considera o esporte patrimônio cultural da nação, estaria sendo ferido com as denúncias feitas pela televisão. Portanto, há uma brecha. Placar “O repórter que virou cartola”. Este é o título de uma das matérias que traz a revista Placar, em seu último número. Refere-se a Osvaldo Pascoal, hoje dirigente do Figueirense.

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