Estar atenta aos sinais pode evitar que uma empresa mergulhe em uma crise mais grave. O presidente da Corporate Consulting, Luiz Alberto de Paiva, afirma que o ideal é que a companhia procure ajuda antes do fim, no momento em que ainda é possível fazer alguma coisa.

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– Elas se perdem muito nos custos, nas estratégias e decisões de investimentos. Quando a empresa economicamente é viável, mas financeiramente não consegue mais suportar, aí é a hora da recuperação judicial – afirma.

Especialista no assunto e administrador da empresa Mannes, de Guaramirim, o advogado Gilson Sgrott explica que a recuperação judicial se torna uma alternativa para as organizações quando há complicação econômica e financeira momentâneas – situações como a dificuldade de produzir, de pagar as dívidas ou quando há mudanças no cenário de tributação.

Nesse momento, é preciso identificar a causa do problema e ter um plano de ação. Às vezes, o desafio é de custo, dificuldade gerencial ou a falta de capital de giro.

Volta por cima é possível

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Uma empresa sem crédito na praça pode dar a volta por cima, segundo Sgrott. Se o patrimônio é menor do que a dívida, também.

– A questão central para se recuperar é ter condições de produzir, vender, receber o suficiente para pagar as obrigações e sobrar dinheiro para cumprir o cronograma de pagamento dos credores. Mas quando a empresa quebra porque o concorrente faz muito mais barato, por exemplo, então não é viável – afirma.

O plano costuma dar certo quando ocorre a administração de custos e a empresa se recoloca no mercado, reinventa-se, oferece produtos de maior valor agregado e promove reestruturação interna, de acordo com Sgrott.

Embora cada caso seja tratado de forma peculiar, o especialista diz que, em geral, os planos de recuperação judicial costumam saldar a dívida com os trabalhadores dentro do prazo legal, de 12 meses, efetuando o pagamento diretamente. A oferta de ações, embora possa ocorrer, não é uma prática frequente, segundo ele.

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Credores esseciais à produção costumam ser pagos de forma antecipada e demais credores com prazo de carência e pagamento alongado. Em São Paulo, o prazo é de 15 anos. Em Santa Catarina, não existe este teto.

Quanto tempo vive uma marca?

Uma marca pode resistir e continuar a existir ao fechamento de uma fábrica? Para Laura Garcia Miloski, diretora de estratégia da Interbrand, sim, ela pode continuar viva.

– Uma vez que o seu registro continua sendo pago, ela existe. Por exemplo, algumas marcas de produto normalmente são retiradas do mercado e passam um tempo sem serem utilizadas, mas suas empresas continuam mantendo a marca para um uso posterior – afirma.

Uma marca forte é composta por algumas dimensões, explica Laura, entre elas presença, diferenciação, capacidade de resposta e proteção, e para uma marca inativa, Laura diz que é muito mais complicado construir esses atributos para si.

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De acordo com a Interbrand, a marca pode continuar viva no imaginário das pessoas, mesmo quando a operação não está ativa. E pode ser uma lembrança tanto positiva quanto negativa.