O portal enxaimel na entrada da cidade é disputado. Todos que passam por Pomerode querem registrar o momento em que estiveram na cidade mais alemã do Brasil. Conhecida pela preservação da cultura de origem germânica, a pequena cidade de 32 mil habitantes encanta pela arquitetura, música, dança e gastronomia. Como passar por esse município que hoje completa 60 anos sem comer um belo joelho de porco com repolho roxo? Ou, sem embalar os pés com as canções tradicionalistas que estão presentes até mesmo no café colonial típico da tarde pomerodense?
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É difícil. Mas o que poucos sabem é a história por trás dos atrativos turísticos, que dão à cidade cada vez mais destaque nacional. Arno Teichmann, 76 anos, nasceu na Maternidade Rio do Testo na época em que a cidade ainda era um distrito que pertencia a Blumenau. Atualmente dedicado à arte, ele vive no Centro de Pomerode.
Quem tem a oportunidade de conhecê-lo sai dali ainda mais apaixonado. Afinal, é um senhor de muitas histórias. A maior parte delas traz à tona a origem do nome da cidade, a criação do brasão do município e o desenvolvimento da economia local.
Uma história inteira contada de dentro do Museu Ervin Curt Teichmann. O local leva o nome do pai de Arno. Um homem que veio da Alemanha ainda criança e ajudou Pomerode até mesmo a ter o nome que tem. Quando pertencia a Blumenau, chamava-se Distrito Rio do Testo. Com a emancipação, em 21 de janeiro de 1959, precisava de uma nova denominação. Embora muitos moradores não quisessem a separação, como aponta Arno, houve uma reivindicação de que não levasse o nome de Rio do Testo.
Ervin levantou a bandeira daqueles que sempre defenderam o nome Pomerode. Arno conta que havia dois bons motivos que justificavam o pedido da comunidade local. Veja mais detalhes no vídeo:
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Pai de Arno idealizou o brasão do município
O pai de Arno também foi o criador do símbolo do município. Quem visita o museu da família Teichmann pode conhecer de perto várias réplicas. Elas dividem espaço com as cópias do desenho que resultou no Brasão original. Os papéis mostram todas as observações do artista, de como deveria ser colorida e talhada a peça que conta um pouco da história de Pomerode.
Veja no vídeo um pouco mais sobre a história da criação do brasão do município:
Todo o empenho e dedicação com a cidade que o acolheu e onde criou a família foi recompensada. Em 27 de julho de 1964, dia do aniversário de Ervin, recebeu o título de cidadão honorário. Não era para menos, uma vez que ainda batalhou por anos para garantir avanços para a comunidade em que estava inserido. Ele pedalou por alguns quilômetros pela cidade para coletar assinaturas e conseguir calçamento para as ruas. A dedicação de pessoas como ele assegurou que as origens germânicas fossem mantidas, sem deixar para trás o progresso econômico.
Economia baseada na indústria e incrementada pelo turismo
Atualmente, a base da economia de Pomerode é a indústria, mas cada vez mais o turismo ganha destaque. São as festas típicas: Weihnachtsfest, Osterfest, Pomerana e as rotas enxaimel e da cerveja, que atraem cada vez ais turistas. A cidade tem R$ 1,7 bilhão de Produto Interno Bruto (PIB) e somente no ano passado abriu 508 novas empresas.
Confira vídeo em que Arno fala sobre a economia e o turismo em Pomerode: