O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, falou em entrevista ao canal de notícias norte-americano CNN que o Brasil deve passar de mil mortes diárias por coronavírus até o início da semana que vem. Em inglês, Mandetta conversou com a jornalista Christiane Amanpour sobre o aumento nos casos de Covid-19 no país e citou a saída do governo Bolsonaro.
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Questionado sobre os números e as 881 mortes registradas no Brasil nesta terça-feira, Mandetta disse que "os números falam por si só", e que "a história vai dizer quem estava certo e quem estava errado", fazendo referência às divergências que teve com o presidente Jair Bolsonaro sobre o combate à pandemia.
– As razões que fizeram chegar a esse ponto [a exoneração do Ministério da Saúde] foram opiniões totalmente diferentes sobre a situação. Era óbvio que eu não poderia lidar com ele dizendo para as pessoas voltarem a trabalhar, caminhar nas ruas e não manter distância, dizendo que era apenas uma gripe. Estávamos claramente em lados opostos – disse o ex-ministro.
Sobre o crescimento dos casos de Covid-19 no Brasil, Mandetta avaliou que a pandemia no país começou a se agravar na região Norte, em Manaus, e agora se espalha para regiões mais populosas e grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro. Para o ex-ministro, a principal preocupação no momento é com as favelas nas duas capitais.
– Estamos apenas no começo da parte mais difícil que vamos atravessar. De zero a 10, eu estaria preocupado em 10 – afirmou.
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Brazil's President Bolsonaro played down the coronavirus threat & in April fired Health Minister @lhmandetta. Tuesday was Brazil's deadliest day for Covid.
— Christiane Amanpour (@camanpour) May 13, 2020
Mandetta's reaction? “History will tell who was right and who was wrong. I think that the numbers talk [for] themselves.” pic.twitter.com/T0sX6yvnfN