O ano era 1991. Antes mesmo de existir o conceito de startup, nascia uma startup em Florianópolis, criada por três amigos que sabiam tudo de tecnologia, mas nada de gestão. Ilson Stabile, Carlos Augusto de Matos e Moacir Marafon uniram seus conhecimentos e desejo de empreender e criaram a Softplan, que hoje é referência nacional em desenvolvimento de softwares.
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Para entender como a empresa nasceu e deu tão certo, é preciso voltar algumas décadas atrás, quando Ilson Stabile, que estudava ciência da computação na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), levou o filho ao pediatra. O médico fez uma proposta: desenvolver um sistema para organização das consultas deles. Com veia empreendedora, Ilson topou o desafio e entregou um software para o médico.
Na época, enquanto cursava a faculdade, ele trabalhava como digitador e operador de periféricos no Centro de Informática e Automação do Estado de Santa Catarina (Ciasc), onde conheceu os colegas, Carlos Augusto e Moacir. Eventualmente, eles faziam trabalhos de freelancer individualmente.
Foi em 1991 que a primeira faísca surgiu para a criação de um negócio juntos, quando foram procurados para desenvolver um software de gestão para uma construtora local.
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— Essa iniciativa foi o que nos fez tomar a decisão de nos organizarmos, começar a reduzir a jornada de trabalho do emprego público e, posteriormente, pedir demissão gradativamente. E tínhamos o compromisso, se precisasse, de complementar a remuneração dos que saíssem primeiro. No caso, fui eu que pedi demissão primeiro — conta Ilson Stabile.
Os amigos abriram uma startup — quando ainda nem existia essa nomenclatura — em uma sala comercial de 40 metros quadrados, no centro de Florianópolis. No começo, trabalhavam só os três sócios e uma secretária. À medida em que conseguiam novos clientes, eles contratavam novos colaboradores. Muitos continuam na empresa até hoje.
— Nós não tínhamos as habilidades de gestão. Isso foi um grande desafio. Nós tínhamos a veia empreendedora, a vontade, e éramos muito bons técnicos […] Hoje em dia, você faria um plano de negócios, mas, na época, nós todos pedimos demissão tendo só um cliente. Nós fomos aprendendo com o tempo, com tentativa e erro, formações complementares e consultorias — explica Ilson.
Veja fotos que mostram a história da Softplan
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A virada de chave para o sucesso da Softplan
Entre erros e acertos, com o tempo, os três sócios perceberam que precisavam fazer escolhas para a empresa poder deslanchar — não dava para continuar aceitando todo tipo de trabalho e cliente. Eles, então, decidiram se especializar em três segmentos de negócio, com cada um dos fundadores à frente de uma área: Justiça, Infraestrutura e Obras, e Processos Digitais e Administrativos.
— Nós aceitávamos demandas de qualquer natureza. A gente precisava ter receita, e um único cliente não era suficiente para nos manter. Então, fazíamos um pouco de tudo. Passado algum tempo, tomamos a decisão estratégica mais importante: deixar de fazer um conjunto de coisas e nos especializar em algumas — conta Ilson.
Um dos maiores cases de sucesso da empresa é a digitalização do Tribunal de Justiça de São Paulo, considerado o maior projeto de transformação digital de processos do mundo.
Em 2021, uma nova decisão estratégica importante foi tomada pelos três fundadores, que trouxeram Eduardo Smith para assumir a presidência da empresa. A Softplan segue em crescimento. Em 2022, faturou R$ 590 milhões — 30% a mais em relação a 2021. A projeção para 2023 é de uma receita de R$ 700 milhões.
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Foi com a especialização em segmentos que a Softplan se tornou referência no mercado, passando de uma sala de 40 metros quadrados, com quatro pessoas, para uma sede no Sapiens Park, com 2,7 mil colaboradores. Após 30 anos focada nessas três vertentes, a empresa agora projeta ampliar para outras áreas e replicar o modelo de sucesso.
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