Um grupo de médicos canadenses está protestando contra o aumento do próprio salário. Até a tarde desta quarta-feira (7), cerca 700 pessoas já haviam assinado a petição online pedindo o cancelamento do aumento de 1,4% dos salários. De acordo com o jornal The Washington Post, além dos médicos, estudantes de Medicina e cidadãos locais também assinaram o documento.
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A petição foi criada no dia 25 de fevereiro, por um grupo de médicos e advogados pela saúde pública chamado Médecins Québécois Pour le Régime (MQRP), que alegam que não poderiam, de boa consciência, aceitar os aumentos de salário quando as condições de trabalho continuavam difíceis para outros em sua profissão – incluindo enfermeiros e funcionários – e enquanto os pacientes “vivem com a falta de acesso aos serviços exigidos por cortes drásticos nos últimos anos. “
“Nós, médicos do Quebec que acreditamos em um sistema público forte, nos opomos aos recentes aumentos salariais negociados pelas nossas federações médicas”, diz a petição.
A discussão sobre o tema ganhou força após a publicação feita nas redes sociais por Émilie Ricard, uma enfermeira que postou uma foto de si mesma com os olhos chorosos. Segundo a publicação, a imagem foi registrada após um plantão noturno “extenuante”. Ainda de acordo om Émilie, ela tinha sido a única enfermeira a cuidar de mais de 70 pacientes no chão. A publicação, feita em janeiro, viralizou nas redes sociais, chamando atenção para a situação da saúde pública.
Em fevereiro, a federação de especialistas médicos de Quebec chegou a um acordo com o governo para aumentar os salários anuais dos 10 mil especialistas médicos da província em cerca de 1,4%.
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O Ministro da Saúde, Gaetan Barrette, disse que a questão dos profissionais era algo que se deveria prestar atenção, mas alegou que ainda não sabe as decisões que vai tomar em relação à petição.
— Se eles sentem que são pagos em excesso, eles podem deixar o dinheiro na mesa. Eu garanto-lhe que posso fazer bom uso disso — disse.