O zagueiro Bolívar, o atacante Emerson Sheik e os laterais Edílson e Júlio César, dispensados pelo Botafogo por “mau comportamento”, distribuíram críticas ao presidente do clube carioca, Maurício Assumpção.
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Em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira, trataram de afastar as acusações de “lideranças negativas” do grupo e repetiram por diversas vezes não entenderem os motivos de seus desligamentos.
– Estava jantando com um amigo, peguei meu telefone quase às 2h. O Júlio César tinha me ligado muitas vezes. Fiquei extremamente preocupado. Mesmo tarde, liguei. E ele disse que estávamos afastados. Achei que fosse brincadeira, mas ele afirmou que era algo sério. Até hoje, talvez essa seja a grande pergunta: por que todo isso aconteceu? A preocupação nossa é onde isso poderia chegar. Não foram quatro juvenis que foram afastados. Grande ou pequena, a história do presidente ainda não é maior do que a nossa. Só ele pode responder o motivo – iniciou Emerson Sheik.
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Para Júlio César, Assumpção “tinha de ser homem de chegar na gente e falar a verdade, assumir”. Por sua vez, Edílson afirmou que teve de pagar medicamentos do próprio bolso e explicou que o grupo de jogadores também organizava “vaquinhas” para ajudar os funcionários do clube, que passa por uma grave crise financeira.
– Estávamos com sete meses de salários atrasados (entre carteira de trabalho e direito de imagem). Em momento algum, a gente só pensava nos jogadores. Até mesmo o rachão a gente fazia para pagar cestas básicas aos funcionários. Nunca fiz corpo mole. Eu comprava o tratamento (de uma lesão) do próprio bolso. Se fosse questão técnica, os quatro eram titulares… Vejo isso como uma falta de caráter. O fim do mundo – disparou.
De acordo com Bolívar, as reuniões de cobrança pelo pagamento dos salários sequer eram feitas na presença do presidente do Botafogo. E lembrou que os problemas tiveram início já no começo do ano.
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– É um direito que a gente tem de receber os salários. Era em prol de todos. As reuniões que a gente tinha não eram com o presidente, e sim com homens de confiança dele. O próprio Emerson ajudou muitas pessoas que estavam passando por dificuldade financeira. No ano passado, éramos citados como líderes positivos. Neste, as coisas começaram erradas.
Bolívar e Edílson afirmaram que já tiveram seus contratos rescindidos, o mesmo caminho que deve seguir Júlio César. Por ainda estar ligado ao Corinthians e ter o salário pago pelo clube paulista, Sheik brincou:
– Eu tô na praia!