O carnavalesco Raphael Soares passou mais da metade da vida em meio à folia. Aos 33 anos, já tem 20 de Carnaval e não demonstra querer sair desta vida tão cedo. E é ele a mente criativa que está por trás do desfile da escola Os Protegidos da Princesa em 2016, que vem este ano com o enredo “Primaveras Russas, uma história do mundo contado em partituras”.

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– Nós vamos contar a história da humanidade através de canções russas, por isso o enredo fala que é uma história contada em partituras – explicou.

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Na Avenida

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O primeiro carro da Protegidos vai lembrar a era do czares russos. Uma réplica da catedral será emoldurada por bailarinas inspiradas em cisnes gigantes que congelaram com o inverno russo. Soldadinhos de chumbo, o Quebra Nozes e até a Bela Adormecida _ pra quem não sabe, o conto de fadas foi criado na Rússia _ estarão na passarela.

A revolução será lembrada pelo segundo carro, que mostrará a luta entre a burguesia e o povo. Um monstro (a burguesia) lutará com os trabalhadores em plena Nego Quirido.

O final do desfile será marcado por um encontro de culturas. A chegada do balé Bolshoi no Brasil terá uma ala de crianças mostrando o nascimento de Joinville para a dança. Uma boate Cossacou na passarela, sob as bençãos de Luiz Gonzaga, ligará a Rússia ao Nordeste, lembrando a famosa música do sanfoneiro “Pagode Russo” e a semelhança entre frevo e a dança dos cossacos.

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Um ursinho Misha, de aproximadamente 13 metros de altura, chorando pelo fim da apresentação, fechará a passagem do último carro.

Samba Enredo

Lá das colinas, vejo a flor Tribos dançam em ritual

Nos olhos da anciã, um futuro promissor

É a “primavera” de um gigante

Que em cada “passo” a história marcou

Eis que de repente em meio aos salões

A melodia faz a corte delirar

Sonhando com a bela que adormece

Com cisnes e brinquedos de um mundo ideal

Desperto ao som de valentes canções

Nos lares, nas ruas e nas multidões

Ecoam pra vencer o capital

A chama que corre chão

Acende a revolução… vermelha!

É o povo a cantar

Para nunca se apagar… centelha!

Ouvi a dor da espera na beira do rio

Dos males da guerra, sopra um vento “frio”

Batalhões entoam suas glórias

Quero com você cruzar o céu

Ver um pontinho azul perdido ao léu

Pétalas rubras caindo, novos sonhos surgindo

Nesta terra a florescer

Baila a esperança de um futuro que ensina a viver

Sou eu… a ousadia pra te emocionar

Sou eu… essa magia que seduz o olhar

Ao som da sanfona, dançando em Moscou

Pagode russo na Boate Cossacou

Ê menina baiana, bailarina a girar

Porta-bandeira levanta poeira

E a passista sambando na ponta do pé

É a protegidos “o grande” balé