A chegada na Avenida Beira-Mar Norte, em Florianópolis, poderia ser parte de qualquer corrida. O desfecho, porém, era o fim de um desafio de 120 dias correndo e pedalando pelos 293 municípios de Santa Catarina. A data era 27 de setembro de 2011, e marcava o 60º aniversário de Carlos Duarte.

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A aventura está registrada no livro escrito por Duarte e sua mulher, Maria de Fátima, Aventura aos 60 anos – Correndo por 5 mil km em Santa Catarina, que será lançado na sexta-feira, um dia antes da 18ª Volta à Ilha, corrida de revezamento organizada pela empresa do casal.

– Quis testar a minha capacidade, mostrar que com essa idade temos condições de fazer muitas coisas – conta Carlos.

Criada por Duarte, a Volta à Ilha é fruto de uma inspiração durante um período nos Estados Unidos. Ao participar de uma prova de revezamento, teve a ideia de montar algo semelhante na Capital. Para pensar em um roteiro e medir distâncias, usou uma bicicleta, já que, na época, desconhecia o GPS. Somente em 1996, enfim, realizou a primeira prova.

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Envolvido com organização, a partir da quarta edição ele montou uma equipe para participar. Nela, apenas membros da família, todos com o objetivo de se divertir e aproveitas as belezas da Ilha. Em 2013, um trecho de 5,8 quilômetros, entre a Praia Brava e os Ingleses, será o desafio a ser superado.

– Não estou nas minhas melhores condições, mas o fator mais importante é encontrar a família. Nas primeiras edições não tinha isso, nem todo mundo corria – relembra. ??

Entrevista com Carlos Duarte: “Foi um desafio pessoal”

Uma jornada pedalando e correndo durante 120 dias por Santa Catarina tinha, entre outros motivos, a ideia de mostrar que pessoas aos 60 anos podem ser ativas. Carlos Duarte, que participou do desafio, é também o criador da Volta à Ilha, competição de revezamento que dá a volta em Florianópolis. Em conversa com o DC, Duarte revelou que, no início, sofreu para dar vida à tradicional prova. ?

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Diário Catarinense – Qual o motivo de uma aventura como essa?

Carlos Duarte – Foi uma coisa especial para gente, eu e minha esposa, presente em todo o processo. A minha decisão de fazer uma atividade tão longa foi de fazer uma coisa diferente e um desafio pessoal. Isso foi o principal. A gente queria conhecer todos os recantos de Santa Catarina, aqueles locais que geralmente a gente não iria conhecer. E, chegar no dia do meu aniversário, foi para mostrar para os outros que com 60 anos a gente está bastante ativo.

DC – Pretende fazer algum novo desafio semelhante?

Carlos – A gente pretende fazer um retorno em alguns locais. Em função das pessoas que a gente conheceu e outros lugares mais turísticos. Não com esse formato, mas de passear em alguns locais, como a gente já fez depois desse um ano e pouco do desafio. Mas nada comparado com

DC – E como surgiu a ideia de criar a Volta à Ilha?

Carlos – A volta à Ilha foi quando eu morei nos Estados Unidos e participei de uma prova revezamento nesse formato, com várias pessoas, carro de apoio. A partir daí algum dia percebemos que era possível fazer essa volta na Ilha. Eu me empolguei como atleta com o formato, um relacionamento muito intenso com um grupo.

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DC – E como foi a execução da ideia?

Carlos – Ficamos mais ou menos um ano planejando. Desde me informar como atravessar diferentes pontos da Ilha, fui perguntando para as pessoas, fui nesses locais pessoalmente e medir as distâncias. Naquela época se existia GPS eu não conhecia. Eu usei uma bicicleta para medir com uma certa precisão. Hoje a gente nem consegue imaginar como fez tudo isso, as primeiras provas. Não tinha celular, foi uma situação mais complicada. A quantidade de atletas era menor, a exigência das pessoas com a prova era diferente.