Enquanto tenta o título estadual, a Chapecoense comemora algo bem maior, a transformação da vida de um ser humano para melhor. Esta é a história de um jovem que encontrou carinho e autoestima no cotidiano de trabalho do Verdão.
Continua depois da publicidade
No início do Catarinense, Juliano da Silva, 19 anos, circulava malvestido pelas arquibancadas do Índio Condá e pronunciava palavrões. De acordo com o diretor de Futebol Cadu Gaúcho, ele era bem revoltado mas simpatizava com alguns jogadores, como o ala Badé.
Juliano também conhecia Cadu, a quem chamava de “Tadu”, que gerou o apelido de “Taduzinho”, como passou a ser chamado. Nos treinos, buscava as bolas que iam parar nas arquibancadas. Até que o atacante Aloísio comprou roupas para Juliano. Outros atletas compraram sabonete, desodorante e até perfume.
– Antes, ninguém aguentava ele, agora é um dos primeiros a tomar banho – brinca Mauro Ovelha.
Continua depois da publicidade
E aquele garoto malvestido que ficava nas arquibancadas hoje é um privilegiado. Tem acesso ao gramado, ao vestiário, vai aos churrascos do time e até acompanha os jogadores nos programas de televisão.
– Ele tem nossa total confiança – atesta Cadu Gaúcho.
Para Aloísio, é gratificante ajudar alguém. Na última quarta, Juliano pegou a bicicleta que ganhou de presente dos atletas e foi até a casa do atacante.
– Eram 9h e ele estava lá, na frente de casa – conta Aloísio, que vai ajudá-lo a fazer a carteira de identidade.
Continua depois da publicidade
O mordomo Jorge Andrade ressalta a mudança de comportamento de Juliano, que trocou os palavrões pelo auxílio nas tarefas, em troca de picolés e ovos de Páscoa.
– Acho que ele precisava de carinho – completa Cadu Gaúcho.